Foto: Divulgação Festa das Nações de Piracicaba/ Facebook

A Festa das Nações de Piracicaba teve início em 1984, no Lar Franciscano de Menores. Era a administração do prefeito Adilson Maluf, tendo como primeira presidente do Fundo Social de Solidariedade, Rosa Maria Bologna Maluf. Foi um sucesso, com grande público, participação de dezenas de voluntários e um cardápio de qualidade oferecido pelas entidades. Cada entidade ofereceu comidas típicas do país que representava já naquela primeira edição.

Cada prefeito que administrou a cidade deu o melhor para garantir seu sucesso, envolvendo servidores públicos e o patrocínio de muitas empresas. A receita líquida da Festa sempre foi distribuída às entidades assistenciais, na proporção de sua participação. Um bom recurso que as auxilia, e muito, na cobertura das despesas do ano todo. Por se tratar de atividade social, os piracicabanos abraçaram a ideia, porque além da diversão, da boa comida, ajudam as entidades assistenciais.

Nos anos 90, a Festa foi transferida para o Engenho Central, que com mais espaço e estrutura, passou a receber mais instituições, mais público, mais voluntários. As organizações filantrópicas ampliaram os recursos arrecadados. Criou-se um jogo de “ganha-ganha”: as entidades que atendem milhares de pessoas vulneráveis conseguem receita e o público desfruta da culinária nacional e internacional com pratos típicos e muita cultura.

Na nossa primeira gestão à frente da Prefeitura, planejamos e desenvolvemos melhorias na infraestrutura do Engenho Central, com a implantação do calçamento intertravado em mais de 20 mil m2, reforma e adaptação dos sanitários, melhoria da rede de iluminação e uso de um número maior de barracões. As entidades puderam ampliar suas cozinhas e cresceu significativamente a presença de público. Ao mesmo tempo, mais e mais voluntários se dispuseram a colaborar. O público mínimo era de 60 mil pessoas/ano, chegando a 100 mil nas últimas edições da Festa. E que Festa!

Quem lá esteve pode tomar chope alemão, comer quibe árabe, tomar saque japonês ou soju coreano, apreciar a lasanha italiana, comer paella espanhola, saborear o bolinho ou a bacalhoada portuguesa, hamburger norte-americano, costelão gaúcho, crepe francês ou a feijoada bem brasileira. Misturado a esses sabores, o público ainda podia assistir shows, prestigiar as jovens “rainhas” em danças típicas e apreciar as belezas do Engenho Central.

Quem mais atuou na organização da Festa das Nações foi Sandra Bonsi Negri, presidente do Fundo Social de Solidariedade por 12 anos. Ela sempre teve ajuda de todas as secretarias e, principalmente, dos servidores públicos. Ao longo de 2015, o evento passou a contar com o importante apoio da Associação Cultural da Festa das Nações de Piracicaba (Fenapi). Destaco aqui o decisivo envolvimento do vice-prefeito José Antônio de Godoy, no processo de sua criação, o que possibilitou a conquista de recursos adicionais incentivados pela Lei Rouanet.

Em 2020, por conta da pandemia da Covid-19, a Festa não se realizou e o mesmo aconteceu neste ano. Prevaleceram as exigências sanitárias em favor da vida. Após muitos comentários de que a Festa das Nações poderia não ser realizada em 2022, a Prefeitura de Piracicaba anunciou uma nova edição no ano que vem, para alívio das entidades. Esperamos que a atual administração garanta realmente todo o apoio necessário para a sua realização, mantendo o seu glamour e sua função social.

A preocupação das entidades eram comentários desencontrados sobre a ocupação dos nobres espaços dos barracões do Engenho Central, principalmente para acomodar órgãos administrativos da Prefeitura. A Secretaria de Esportes (Selam) já foi transferida para o Engenho. Temos notícias de que o acervo da Pinacoteca Miguel Dutra e até mesmo a Biblioteca Ricardo Ferraz poderão ir para o Engenho.

Como essa ocupação ainda está na fase de projetos, a atual administração garantiu que a 37ª edição da Festa das Nações ocorrerá no Engenho. Tenho certeza de que todas as entidades assistenciais estão contentes com a decisão, porque poderão continuar prestando excelentes serviços para quem mais precisa, mas dependem dos recursos arrecadados durante a Festa para sobreviver e se manterem ativas. Não é demais alertar para a necessidade da continuidade no Engenho das próximas edições da Festa das Nações.



Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista Redator RMPTV

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