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De 2017 a 2021, 48 pessoas foram diagnosticadas com a doença; tratamento gratuito é ofertado nas unidades de atenção primária


A Prefeitura de Piracicaba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realiza até final o de janeiro, a Mobilização para Enfrentamento da Hanseníase, o Janeiro Roxo, mês estabelecido pelo Ministério da Saúde para conscientização em nível nacional sobre a doença. Busca ativa, palestras em sala de espera, fichas de autoimagem estão entre as ações que ocorrem nas unidades de atenção primária, que (UBS, PSF e Crab). Em Piracicaba, de 2017 a 2021, 48 pessoas foram diagnosticadas com a doença sendo que 35 evoluíram para cura, 02 foram a óbito, 03 mudaram de município, 02 abandonaram o tratamento e 06 continuam em tratamento. 
No município, a região mais afetada é a região norte e o gênero masculino é o mais acometido.


A hanseníase é uma infecção causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, e afeta principalmente pele e nervos periféricos (superficiais). A transmissão ocorre através das vias aéreas superiores, por contato com gotículas de saliva ou secreção nasal e se dá por meio do convívio próximo e prolongado com uma pessoa doente que não esteja em tratamento (iniciado o tratamento, não é mais transmitida). Os primeiros sintomas podem levar de 2 a 7 anos para aparecerem. A detecção precoce da doença, que tem tratamento e cura, ajuda a diminuir o risco de sequelas e interromper a cadeia de transmissão. A falta de tratamento ou tratamento tardio pode causar incapacidades ou deformidades como perda da força muscular e deformidades em mãos e pés.


No Brasil o tratamento é ofertado pelo SUS com a combinação de três antibióticos, tratamento chamado de poliquimioterapia (PQT), conforme explica Karina Correa, enfermeira do Cedic (Centro de Doenças Infectocontagiosas), equipamento público que trata a hanseníase depois de confirmada na atenção primária.


"Nós orientamos o ano inteiro, mas intensificamos as ações em janeiro, explicando que o tratamento é simples e gratuito, apesar de ser um tratamento longo, mas eficaz desde que feito corretamente". A orientação, inclusive, também acontece para diminuir o estigma, já que os doentes são historicamente discriminados.


Entre as ações que ocorrem nas unidades de atenção primária (CRAB, UBS e PSF) estão a busca ativa de casos, palestras em sala de espera para conscientização sobre a doença, aplicação da ficha de autoimagem para identificação de manchas e áreas com perda de sensibilidade. Algumas equipes de Unidades de Saúde da Família também conseguem, por meio dos agentes comunitários de saúde, realizar a busca ativa indo às residências e aplicando a ficha de autoimagem. Caso a equipe perceba a possibilidade de infecção, o paciente é avaliado e encaminhado ao Cedic (Centro de Doenças Infectocontagiosas) para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. Após a confirmação de hanseníase, todos os contatos próximos devem ser avaliados.


COMO RECONHECER A HANSENÍASE
 - O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico, portanto, é muito importante se atentar aos sinais e sintomas. Caso a pessoa apresente lesões pálidas ou com tonalidade avermelhada na pele, geralmente sem forma regular e com limites imprecisos; perda de pelos e ausência da transpiração nos locais das lesões; insensibilidade ou dormência na área das lesões, bem como perda da força muscular, ela deve procurar o serviço de saúde o quanto antes.


HANSENÍASE NA HISTÓRIA E NO MUNDO – O Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde de 2019, é o segundo país no mundo em números com maior número de novos casos de hanseníase, só perdendo para a Índia. Foram detectados no mundo 202.185 novos casos da doença em todo o mundo e 27.863 foram no Brasil. A doença, presente em pelo menos 22 países, se concentra em locais com condições sociais desfavoráveis. Pessoas que não têm um bom acesso à saúde, que não têm uma boa alimentação, que moram em casas pequenas, junto com muitas pessoas, aumentam a chance de contaminação



Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista Redator RMPTV

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