Foto: Fabrice Desmonts
Juliana C. S. de Brito, vendedora
e líder comunitária registrou um Boletim de Ocorrência contra o ex-candidato a
prefeitura de Piracicaba (SP), Edvaldo Brito, no B.O. registrado, ela menciona
que Edvaldo Brito a chamou de nega em uma transmissão ao vivo, inclusive foi
juntado e entregue aos policiais um pen drive com o vídeo.
Tivemos acesso ao vídeo onde
ele diz após o comentário dela, que a líder apoiava político condenado. “Então
não merece o meu respeito, pode ter certeza absoluta”, ele afirma. Depois fala “Fernando
bloqueia essa nega aí, por favor”.
Agora o caso passa a ser
investigado e ela terá até seis meses para representar o caso para a justiça
com queixa crime, além de injuria racial ela registrou no mesmo B.O. calúnia e
difamação.
A equipe de reportagem da
Metropolitana falou com Juliana e ela disse que faz parte de um importante grupo
comunitário de Piracicaba, o Grupo Zona Norte, onde em alguns dias juntou
lideranças comunitárias, onde debateram os problemas da cidade de Piracicaba
(SP) e apontaram o descontentamento com o prefeito e principalmente no que tange
a saúde dos piracicabanos, e segundo a própria Juliana isso incomodou o Sr. Edvaldo,
pois ele é o apoiador de primeira hora do prefeito de Piracicaba Luciano Almeida.
A reunião foi realizada na última
quinta-feira (13), o encontro ocorreu no salão de festas da Paróquia São Pedro e reuniu
cerca de 30 líderes comunitários e lideranças políticas. Juliana reforçou que o
evento foi aberto e enviado convite para os líderes comunitários, imprensa e
moradores em geral.
Juliana informou ainda a equipe
de reportagem que Edvaldo Brito fez um novo vídeo, onde ele menospreza o
trabalho das lideranças comunitárias e ainda informa erroneamente que ela não conseguiu
registrar o B.O. como injuria racial, “Eu registrei sim o B.O. como injuria
racial, ele está aqui e está liberado para quem quiser ver, além de registrar a
injuria racial eu registrei também como calúnia e difamação, ele mentiu na live”,
afirmou Juliana.
Entramos em contato com a
assessoria de Edvaldo Brito, que nos respondeu que a resposta seria feita através
de uma transmissão ao vivo e ao meio dia desta quarta-feira (19).
Na transmissão o Sr. Edvaldo
Brito informou que não foi racista e que irá processar todos os envolvidos,
inclusive a líder que registrou o B.O., ele afirmou que fazer denunciação falsa
daria cadeia e disse que eles “grupo de líderes” estão mentindo.
Nessa mesma transmissão,
Edvaldo Brito voltou a falar sobre as lideranças da Zona Norte e do Sindicato
dos Municipais, a equipe da Metropolitana entrou em contato com as lideranças e
assessoria do Sindicato, que nos enviaram as seguintes notas:
"Nós, lideranças
comunitárias da região norte de Piracicaba, temos sofrido diversos ataques,
constrangimentos e ameaças indiretas por parte de figuras que possuem íntima
relação com determinados integrantes das forças policiais de Piracicaba, ameaças
dizendo que sofreremos retaliações em razão de nossas ações e críticas sobre a
atual gestão da Prefeitura de Piracicaba, as situações de diversas áreas que
vem sofrendo com a falta de uma gestão séria e que pense nos piracicabanos,
principalmente os das periferias de nosso município. Além disso, os integrantes
do grupo vêm sofrendo exposições fora de contexto e na tentativa de alcançarem a
desqualificação destes perante a sociedade civil e principalmente ao povo
oprimido das comunidades, nossos maiores aliados.
Todas as medidas e ações legais
de preservação de nossos direitos democráticos serão tomadas.
Infelizmente os ataques ultrapassaram
a Zona Norte, agora começou a atacar também outros grupos sólidos e respeitados
da cidade.
Viemos a público ainda declarar
que não iremos nos intimidar com essas declarações, nossa maior arma é a
liberdade de colocar em prática nosso pensamento e o direito da livre expressão
enquanto povo, e podem ter certeza, nossa luta pelo progresso do povo pobre e
trabalhador de Piracicaba não será contida jamais, esse é apenas o começo de
nosso trabalho".
Assinam a nota o Grupo Zona Norte e G5 Comunidades.
"CONSENTÂNEO PARA O MOMENTO
Hoje, em razão das minhas
condições físicas — vitimado de um acidente de trânsito que me quebrou a vertebra
L 12 e esmagou a cartilagem — mesmo imobilizado vou escrever pouco e falar
somente uma coisa que neste momento acredito ser importante ser registrado:
como tenho sido citado constantemente nas “Lives” do Edvaldo Brito, para ele
pergunto: quem sois vós na fila do cacetinho?
Convicto que ao me referir
sobre essa "coisa"...não vou mais gastar o meu valoroso tempo com
coisas miúdas. Vou referir-me a um outro ser, hipoteticamente “gêmeo
univitelino” cuja mãe criou a placenta e jogou o bebê no lixo: desacerto
genético, quiçá?
Quanto vós Roela, tua
insignificância obriga-me a ignorá-lo. Não preciso usar "Lives" para
falar sobre a minha história, ela já está registrada, os meus amigos,
familiares e clientes conhecem-me. Contrário-senso o senhor precisa falar de si
— por não significar nada — apenas um reles improdutivo oportunista.
Quando ninguém fala de nós e
somos ignorados é necessário falar do “EU” (o Roela); continue fazendo isso
mesmo e não espere de ninguém consciente das suas sanidades mentais, falar algo
bom de você? O meu aprendizado na vida acadêmica eleva a minha compreensão de
que o ensino é superior nos bancos das universidades quando se abraça o
conhecimento com dignidade e respeito. Assim sendo, desprezar a vossa Magnitude
Edvaldo é o mesmo que desprezar o próprio palhaço Bufão, aliás o senhor é o
verdadeiro representante das óperas bufas em Piracicaba (um pouco fora de
moda), mas é. Censurar suas aberrações verbais são comparável a atitude de
censurar uma criança, cujo ato é ao mesmo tempo, uma censura aos pais, mas o
que se esperar de um filho de matador de bodes?
Eu tenho é pena das pessoas
que te dão guarida na nossa cidade, eles não sabem o trágico erro que cometem
ao expor os nossos filhos a tão vil imbecilidade, por isso, hoje são poucas
palavras que dirijo a esse “cidadão”: Roela..."
Assina a nota José Osmir Bertazzoni (63), Advogado e Jornalista Profissional.
Publicação: Danilo Telles/ Jornalista RMPTV