Foto: Assupira


Atualmente são atendidas cinco famílias no projeto e há vagas para mais 5, podendo ser pessoas surdas ou familiares de surdos

Com o intuito de inserir surdos no mercado de trabalho, na busca por uma sociedade mais inclusiva, a Assupira (Associação de Surdos – Libras Piracicaba) realiza o projeto Horta-Escola, em parceria com a CJ do Brasil Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios e a Sema (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento). A iniciativa tem como lema “Plantando sonhos, colhendo oportunidades!”. Os trabalhos na horta tiveram início em dezembro e a primeira colheita aconteceu neste mês. Todos os alimentos colhidos foram doados aos participantes.

A Horta-Escola da Assupira foi idealizada por Ligia Rualdes, da Aldeia Brasil, e reformulado pela equipe de gestão técnica da Assupira. O projeto está em desenvolvimento em área de 1.000m² da empresa CJ do Brasil, cedida a título de comodato para a Associação pelo período inicial de um ano, podendo ser renovado. Para viabilizar a execução do projeto, a Sema providenciou o encanteiramento do terreno e a CJ do Brasil doou recursos financeiros para a compra de insumos, equipamentos agrícolas, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e afins e irá fornecer aos participantes, ainda, alimentação e transporte gratuito.


Membros da equipe de gestão técnica Assupira, funcionários da empresa CJ do Brasil e participantes surdos durante colheita - foto: Assupira


Atualmente são atendidas cinco famílias no projeto e há vagas para mais cinco, podendo ser pessoas surdas ou familiares em primeiro grau de surdos. Até o momento, foram plantadas alface americana, alface roxa, abóbora, feijão carioca, rúcula, coentro, cebolinha, couve, milho crioulo, quiabo, batata-doce e ora-pro-nóbis. Ainda estão previstas as culturas de berinjela, pimentão verde, espinafre da Nova Zelândia, mandioca, salsa, brócolis, pepino caipira, almeirão, entre outras.

“O projeto prevê o ensino de agricultura urbana para membros da comunidade surda que estiverem desempregados e/ou em situação de vulnerabilidade social. A ideia é que os participantes possam aprender como preparar a terra, escolher as plantas, plantar, regar, retirar as ervas daninhas, identificar e proteger contra as pragas, organizar uma composteira, colher e comercializar os produtos. Espera-se que, ao final do projeto, as pessoas atendidas sejam capazes de gerar renda familiar a partir da comercialização dos produtos”, explica Beatriz Turetta, segunda secretária da Assupira.


Michael Douglas de Souza, Georges Louis Onório dos Santos, Nayara Lourenço Vicente (participantes) Julia Aparecida Tameirão e Lucas Afonso Fernandes dos Santos (equipe de gestão técnica) - foto: Assupira


Além da rede, conforme acrescenta Beatriz, o projeto prioriza ainda o equilíbrio do ecossistema, a preservação do meio ambiente e a utilização do solo e da água de acordo com os princípios da sustentabilidade. Lucas Afonso F. dos Santos, membro da equipe técnica, afirma que também está prevista no projeto a implantação de sistemas agroflorestais (SAF) para produção de árvores frutíferas.


Foto: Alexsandro Aparecido do Prado



EDUCAÇÃO - Conforme Gilberto Sampaio, segundo tesoureiro da associação, a equipe de gestão técnica, junto da equipe de
Tils (Tradutores e Intérpretes de Libras), pretende elaborar e divulgar vídeos educativos com acessibilidade em Libras sobre preparo do solo, levantamento de canteiros, produção de mudas, métodos de propagação, colheita, identificação de doenças e pragas, manejo, entre outros temas que permitirão divulgar conhecimentos necessários para a implantação e implementação de agricultura urbana.

COMO PARTICIPAR – Podem participar do projeto pessoas surdas e familiares em primeiro grau de surdos. É necessário demonstrar interesse pelos meios de comunicação da Assupira. O contato pode ser feito pelo e-mail 
assupira@gmail.com, pelo WhatsApp (19) 9.7829-6009 ou pelas redes sociais (Facebook e Instagram) @assupira. Após a realização do cadastro no projeto, a Assupira providencia os uniformes e EPIs (calçado de segurança, calça, camisa, chapéu, luvas e protetor solar). Todo participante tem direito a transporte e alimentação (café da manhã, almoço e café da tarde) gratuitos e quem desejar pode tomar banho antes de retornar para casa. “A expectativa é que os participantes percebam na agricultura urbana uma possibilidade de melhorar a situação alimentar e nutricional de suas famílias e que a partir do escoamento da produção também se animem com a possibilidade de utilizar o conhecimento adquirido em trabalhos futuros”, comenta Beatriz.

PARCERIAS - Baseado numa proposta de agricultura urbana sustentável e de produção orgânica, o projeto Horta-Escola da Assupira busca parcerias para o desenvolvimento das atividades e escoamento da produção. Os recursos obtidos com a venda dos produtos, especialmente aqueles obtidos a partir do ensino de compra e venda, serão divididos entre os participantes do projeto. Parte dos recursos será utilizada para o gerenciamento do próprio projeto, que além do ensino prevê auxílio à implantação das hortas familiares e/ou comunitárias posteriormente. “Esperamos que outras empresas se animem a contribuir com o projeto e suas possibilidades de ramificação”, comentou Gilberto.



Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista Redator RMPTV

Deixe seu Comentário