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Ortopedista pediátrico e professor de Saúde Pública da PUC-SP (Campus Sorocaba), David Nordon afirma que a imunização é importante e que os benefícios superam eventuais riscos
No início de 2022, o Ministério da Saúde incluiu no Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19 crianças entre 5 e 11 anos. A imunização desse público não é obrigatória. No entanto, especialistas, médicos e entidades de classe reforçam a importância do ato para evitar casos graves e fortalecer o combate à COVID-19 no país.
Segundo o ortopedista pediátrico e professor de Saúde Pública da PUC-SP (Campus Sorocaba), David Nordon, levar as crianças para vacinar é um ato de consciência que pode evitar desfechos graves. “Mortes e sequelas causadas pela COVID-19 podem ser facilmente evitadas com a imunização. Sabemos que há muitas especulações, grupos antivacinas e negacionismo em torno da pandemia. Também existe uma preocupação dos responsáveis sobre possíveis riscos da vacina em crianças, como a miocardite e a periocardite, que foram consideradas eventos raríssimos”, comenta.
Em carta recente em apoio à vacinação infantil, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) disse que a Covid-19 já vitimou mais de 2,5 mil crianças de zero a 19 anos no Brasil, sendo mais de 300 delas do grupo de 5 a 11 anos, além das milhares de hospitalizações. A entidade reforça que a a Covid-19 em crianças pode provocar a chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica, um quadro grave de tratamento hospitalar e que se manifesta semanas após a infecção pelo SARS-CoV-2. Ainda segundo o comunicado, também já foram confirmados mais de 1,4 mil casos da síndrome em crianças no país, com média de idade de 5 anos, com efeito letal em pelo menos 85 delas e sequelas neurológicas, cardiovasculares e respiratórias em muitas outras. Outra complicação observada e caracterizada pela persistência de sintomas da Covid-19 diz respeito ao impacto nos sistemas sensorial, neurológico e cardiorrespiratório, bem como na saúde mental.
Nordon ressalta que incentivar a vacinação contra a COVID-19 é essencial. Porém, é importante também alertar os responsáveis para que atualizem o cronograma vacinal das crianças. “O absenteísmo de vacinas é um risco para a saúde pública, podendo trazer de volta doenças já consideradas controladas como a poliomielite, a difteria e o sarampo. Essa última, por exemplo, fez com que o Brasil perdesse em 2019 a chancela de erradicação por surtos da doença em 2018 já que mais de 10 mil casos foram registrados no norte do país”, finaliza.
David Nordon é médico ortopedista pediátrico pelo HC FMUSP - Professor da disciplina de Saúde Pública da PUC-SP (Campus Sorocaba) e de Ortopedia do Estratégia MED (curso preparatório on-line para provas de Residência Médica), preceptor de Ortopedia Pediátrica do Hospital do Pari e Pesquisador do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas (HCFMUSP), Mestrando pela USP e apresenta semanalmente o quadro de saúde "O Doutor e Você", da Rádio Digital FM.
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista Redator RMPTV