Foto: Arquivo Pessoal
Outra
vez as gritarias de Fabrício Polezi na Câmara de Vereadores de Piracicaba —
vergonha, aberração da política. Antes de iniciar o texto, vou reproduzir uma
pérola do seu magno discurso durante a transmissão da sessão ordinária (03 de
março de 2021), respondendo a um artigo sobre a visão da escola cívico militar
pelo ex-prefeito Barjas Negri, publicado nos jornais da cidade.
Segue
discurso do Fabrício: “...Isso mostra total desconhecimento, desconhecimento,
desconhecimento monstruoso do ex-prefeito sobre o ‘POGRAMA’ (SIC). O que
significa o ‘POGRAMA’ (SIC), é gente preguiçosa, gente que não se deu o luxo de
perguntar... di... di... di... di... querer saber do que se trata; o que tá
acontecendo! Não sabe nada sobre o ‘POGRAMA’ (SIC), não tem o menor
entendimento do ‘POGRAMA’ (SIC)... não significa nada... nada... nada... do
objetivo do ‘POGRAMA’ (SIC) e me faz uma puta duma matéria mentirosa, cínica,
falsa...” (Ipsis verbis”)
Este
foi o notável discurso de defesa do Vereador Polezi, discípulo do negacionista
e terraplanista Olavo de Carvalho e seguidor dos programas do MEC (Ministério
da Educação e Cultura) desenvolvido pelo colombiano Ricardo Vélez Rodriguez,
que foi demitido com apenas três meses como Ministro da Educação do Brasil e
foi substituído por Abraham Weintraub.
Acredito
que, após esse discurso de defesa, Polezi deva ser declarado Doutor “Honoris
Causa” e ser o primeiro a receber da Câmara a Comenda Olavo de Carvalho,
conhecida como medalha “Jéca Tatu Oficial”.
Para
não transparecer que exista alguma rivalidade entre esse escriba e o vereador
simpático, vamos relatar em que fundamentos foram desenvolvidos o programa (não
“POGRAMA”) Escola Cívico Militar.
Na
concepção de Bolsonaro e sua “filosofria”, a Educação é para garantir a
autonomia dos cidadãos, garantindo a independência do professor dentro da sala
de aula ou seguir regras e manter a disciplina muito rígidas dentro das
escolas. Ou seja, bateu/levou, "bate na minha cara que eu bato na
sua"; cala a boca moleque, ou guri, piá etc. Esse é apenas um dos
questionamentos levantados por especialistas ouvidos pela Nova Escola, em uma
análise da implementação de escolas cívico-militares que se iniciou no Distrito
Federal, sem obtenção de quaisquer resultados diferentes, expressivo, que
possam mostrar quaisquer vantagens ou melhora.
Relembrando
que, em entrevista ao Jornal Valor Econômico, Vélez (o ministro colombiano),
que desenvolveu o padrão Escola Cívico Militar para o Brasil, afirmou que “não
existe a ideia de universidade para todos”, e que esse é um espaço que deveria
ficar restrito à ELITE BRASILEIRA. O projeto faz parte dos discursos de
campanha de Bolsonaro defendendo a implementação de escolas técnicas (para
consertar geladeiras) e da redução de investimento no Ensino Superior. Esse
Mesmo Ministro colombiano do Brasil mandou e-mail com o timbre do MEC e com o
logotipo de campanha de Bolsonaro para as dirigentes de ensino determinando que
todos os alunos cantassem o hino nacional e hasteassem a bandeira todos os dias
(verbo impositivo) e que os diretores e professores ficavam obrigados, todos os
dias, a manter gravações para que nacionalmente fossem enviados para o MEC.
A
Escola cívico militar proposta é um desarranjo educacional sem quaisquer
diretrizes pedagógicas e educacionais, cuja única intenção é amedrontar os
alunos e torná-los subservientes às elites brasileiras.
No
programa escola cívico militar, ou “POGRAMA” segundo o vereador jurisconsulto
educacional não tem por escopo construir escolas, investir na educação, ou
estabelecer quaisquer métodos pedagógicos que validem um investimento sem
qualquer rumo ou direção.
Grite
bastante Vereador Fabrício e resmungue alto como sirenes, para quebrar nosso
necessário pingo de sono. A eleição desse birrento reclamão, que gesticula
pondo as mãos no rosto em menção ao inconformismo, foi um acidente, nunca
imaginei que estava tão perto de acontecer, mas aconteceu. Agora que passem
vergonha por mais três ano, tendo certeza de que um já foi.
Não
há apenas uma luz na lanterna do celular, ela (a Luz) está para todos nós não
cometermos duas vezes o mesmo erro, fato, pois a administração pública e a Casa
Legislativa são nossos espelhos, quando estamos feios aparecemos feios. Vamos
ser honestos, vocês, meus leitores, têm coragem de dizer que nosso legislativo
representado por esse ser iluminado pelo terraplanismo tem algo a se
aproveitar?
Uma
luz lívida passou no caminho do nosso país, a educação, pesquisa, cultura
perderam suas importâncias de outrora, agora é conviver com os infortúnios da
ignorância, do negacionismo e dos ataques a educação simplesmente porque o
“filosofrio” Olavo, hoje morto por Covid-19 (que ele mesmo negou até a morte),
é o grande exemplo para esses clones defeituosos intelectualmente seguirem.
Esse mesmo vereador, para envergonhar a Casa Legislativa, apresentou
"projetos de lei" denominando Olavo de Carvalho a praças e títulos
honoríficos para contemplá-lo.
Não
que isso faça de um homem menor ou melhor que o outro, mas é bom recordar que
Olavo de Carvalho sequer terminou o ensino fundamental e se autointitulava
professor, filosofo, escritor etc., quando, na verdade, era desgraçadamente
contrário às instituições de ensino e da formação acadêmico.
Que
os colombianos possam nos perdoar por nossa referência ao seu compatriota,
assim como nós os perdoamos por ter nos mandado o pior deles para investir na
destruição da nossa sofrida e resistente educação hoje funcionando sobre “PALPITE"
desses medíocres.
Por derradeiro, apresento esse digesto latino que muito me significa para nossa resistência “hoc non pereo habebo fortior me”.
Artigo assinado por: Rafael Proette