Foto: Dário Banzatto

Secretário de Administração diz que no período de vigência da lei 173 não tem que recompor as perdas inflacionárias.

A Comissão de Negociação apresentada ao Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Piracicaba e Região, na última assembleia da Campanha Salarial em Piracicaba, reuniu-se com membro da Mesa Permanente de Negociação, nesta segunda-feira (21), na Prefeitura de Piracicaba, para levar os anseios da categoria e solicitar à Administração Municipal que apresente uma nova contraproposta, uma vez que o reajuste de 10,56% foi rejeitado pela categoria, que manteve a proposta inicial de 25% de reajuste, mais R$ 300,00 de abono, valores confirmados pelos membros da Comissão.

 

Participaram da reunião os secretários municipais Carlos Alberto Lordello Beltrame (Governo), Dorival José Maistro (Administração) e Artur Costa Santos (Finanças), os diretores sindicais Valdir Sgrigneiro, Osmir Bertazzoni, Alexandre Pereira e Renata Perazoli e os membros da Comissão Adriano Bandeira da Silva, Alessandra Barbarrossa Nunes, Alexandre da Silva Tobias, Gabriela Anai Fidelis de Moraes, Marcio Vitti e Sabrina Rodrigues Bologna.

O presidente do Sindicato, Valdir Sgrigneiro, disse que a comissão foi apresentada na assembleia, após a rejeição por unanimidade pelos servidores. “Agora, queremos ouvir da Administração outra proposta para levar à Assembleia, que é soberana para decidir os próximos passos”, completou.

Os servidores da Comissão de Negociação foram enfáticos ao cobrar posicionamento da Administração Municipal, quando questionaram sobre o aumento de tudo, como o desconto da cesta básica dos servidores, do IPTU, “para tudo isso foi considerado os últimos três anos, para o nosso salário não”, disse Tobias.

 

“Tivemos que cumprir a lei 173 a risco. Entendemos que durante a vigência da lei não podia dar aumento e, pela nossa leitura, esse período de vigência não tem que recompor as perdas inflacionárias”, disse Maistro. A lei 173 congelou os salários dos servidores de maio de 2020 a dezembro de 2021.

Diante dessa fala do Maistro, os membros da comissão levantaram diversas questões, como o atendimento feito às famílias pelos servidores da Educação com recursos próprios, alguns até adquiriram computadores e celulares e aumentaram a capacidade da internet da casa para atenderem as necessidades educacionais nos anos de 2020 e 2021.

 

“Pedimos o que perdemos. O que perdemos nós entregamos para a Prefeitura”, disse Gabriela. Alessandra ainda lembrou que tiveram que assinar termo que usariam recursos tecnológicos próprios e que vários professores pegaram Covid. “Esses servidores tiveram perdas salariais, no caso da Educação até perdas da gratificação de final de ano”, completou Alessandra. Adriano Bandeira concorda com a fala da servidora e ainda completa que “nós da saúde enfrentamos essa pandemia, fomos infectados, alguns duas vezes infectados. Além de perder diversos companheiros de trabalho para a covid-19”. 

 

Vitti informou que numa empresa, seja pública ou particular, dificilmente não façam o cálculo das perdas salariais de fronte a inflação. “Admiro muito calcularem apenas 7% no orçamento, esse número deveria ser bem maior diante da situação que estamos vivendo”, finalizou.

O vice-presidente do Sindicato, Alexandre Pereira, informou que atualmente tem cerca de 7.600 servidores na ativa e 2.200 aposentados ou pensionistas. “Servidores contribuíram muito desde o início da pandemia. Escolas fechadas e os professores e demais servidores em home office ajudaram a economizar e sem o reajuste da inflação, a doação nossa foi muito maior que o repasse federal para enfrentamento da pandemia”.

 

Maistro informou que a folha salarial atualmente está em 41% do orçamento. Aplicando 10,56% (proposta apresentada pela prefeitura), chegará a 43%. “Então existe margem para melhorar essa contraproposta, uma vez que pode atingir 52% do orçamento com a folha salarial”, informou Pereira. “Hoje os servidores são sócios dos bancos, de tanto empréstimo, salário está arrochado. Sabemos que há possibilidade de mudança de rubrica de dinheiro, porque tem margem, não gasta tanto com funcionalismo”, disse Sabrina.

 

“Os servidores entendem o momento de enfrentamento da pandemia. No início não conhecíamos a doença. Nós, dirigentes sindicais, sabíamos da necessidade dos EPIs e socorremos por diversas vezes, bem como sabíamos que os professores não podiam ficar em sala de aula aglomerados sem vacina”, disse Osmir. “Em 2020 não pudemos nos mobilizar, pois não podíamos aglomerar. Agora é uma negociação de governo, estamos nos mobilizando e precisamos repor essas perdas salariais”, completou.

 

A Comissão de Negociação aguarda a contraproposta da Prefeitura antes da assembleia desta terça-feira (dia 22), até então os 25% mais R$ 300,00 de abono está mantido, uma vez que foi votado em assembleia, que é soberana. A Administração Municipal deverá marcar nova reunião amanhã entre a Comissão e a Mesa Permanente de Negociação.

 

Assembleia: Campanha Salarial

Análise da contraproposta ou chamamento para greve

Dia 22/03, às 19h

Local: em frente ao Centro Cívico (Prefeitura de Piracicaba)


Publicação: Danilo Telles/ Jornalista RMPTV

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