Foto: Dário Banzatto
Confirmação à adesão é feita por meio de documento entregue pelo servidor ao Núcleo de Apoio Administrativo de sua secretaria; 2.184 são servidores da Educação.
A Prefeitura realizou balanço das áreas mais afetadas pela greve dos
servidores, que teve início na sexta-feira, 1º/04. Educação, Saúde, Assistência
Social, Segurança e Finanças estão entre os serviços que atendem
diretamente a população e estão com atendimento parcialmente afetado.
Até às 15h30 de hoje, segunda-feira, 04/04, 2.509 servidores estavam em greve,
sendo que 2.370 entregaram aviso de greve, por meio de carta aos Núcleos de
Apoio Administrativos (NAAs) das secretarias, e 139 servidores estão ausentes
sem justificativa. A Prefeitura tem 7.501 servidores na ativa.
Entre os setores mais afetados pela greve estão a Educação, secretaria com
maior número de servidores em greve: 2.184.
Na Saúde, 89 servidores estão em greve, o que causou o fechamento de unidades e
farmácias municipais.
Na Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), 45
aderiram à greve, o que causou fechamento de alguns Centros de Referência e
Assistência Social.
A Secretaria de Finanças também teve seu expediente prejudicado pelo segundo
dia. Com a adesão de 41 servidores, o atendimento no Térreo 2 também foi
interrompido.
O Sindicato dos Municipais rebateu a Prefeitura de Piracicaba com a seguinte nota, abaixo e na íntegra:
Analisando a nota pública da
prefeitura encaminhada a imprensa local (04/04/22) sobre a greve dos servidores
públicos municipais, primeiramente do ponto de vista numérico, segundamente da
forma inconsistente e destorcida da informação à população, cuja obrigação de
informar corretamente é indispensável. Assim temos que:
A nota, maliciosamente,
destaca que 2.370 (dois mil trezentos e setenta) servidores assinaram
documentos de informação que entrariam em greve. Esse documento é uma das
cautelas jurídicas estabelecidas pelo Sindicato, porém a orientação é que esse
documento deveria ser entregue em duas vias (com protocolo) no NAA e no
Sindicato.
Então qual é a verdade?
O documento, segundo o
departamento jurídico do sindicato foi adotado para evitar prejuízo aos
servidores visto que a greve interrompe o contrato de trabalho e nenhum
servidor pode ser punido por essa razão.
A informação da prefeitura o
número de comunicados nos NAA’s não corresponde a totalidade dos documentos que
foram protocolos por e-mails e diretamente no sindicato, bem como cerca de 30%
dos servidores levaram o requerimento mas ainda não preencheram.
Ressaltamos ainda que segundo
uma nota do site PIRANOT, até o fim da tarde, este número tinha subido para
2.509. Além do que o sindicato recebeu mais 1.627 requerimentos dos quais serão
protocolados amanhã (05).
É de se pensar ainda, que esse
número seria maior se a prefeitura não estivesse encerrando o seu protocolo
antes do horário do expediente.
A verdade é que:
A Greve dos Servidores de
Piracicaba surgiu em razão de o prefeito municipal Luciano Almeida ter
encerrado negociação mantendo uma proposta rejeitada pela categoria que faria a
reposição de perdas de março de 2019 a março de 2022 em mais três anos, de
março de 2022 a março de 2024. Então vejamos: os servidores amargariam perdas
inflacionárias reais e reconhecidas pelo prefeito por 6 (seis) anos, essa
proposta foi rejeitada.
Na proposta a administração
municipal oferece 10,56% retroativo ao mês da data-base que é março, divide
ofertando um parcelamento em três vezes, 3,17% para junho do corrente ano; 3,17%
para o ano de 2023 e por fim 3,16 para janeiro de 2024.
A reposição que deveria
ocorrer neste ano, já que o poder aquisitivo dos servidores teve
reconhecidamente 21% de perdas financeiras.
A assembleia dos servidores
não aceitou a proposta e, além destas questões existe encaminhamentos de cláusulas
sociais enviadas ao prefeito desde janeiro de 2022 cuja atenção foi ignorada.
Um outro motivo que fez com
que os servidores aderissem a greve é a falta de respeito a dignidade humana,
pois o prefeito judicializou às Leis Municipais 9.687 e 9.688/2021 que garantiam
a manutenção da gratificação e do abono desempenho aprovado pela Câmara
Municipal e evitaria prejuízos aos servidores que contraíram a COVID-19.
Outro aspecto fundamental que
neutraliza a pretensão da administração de declarar a greve abusiva são as
condições dos próprios públicos que, segundo o Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo em ofício GCRMC Nº 2005/2021 TC-004979989191 datado de 25/11/2021,
não possuem AVCB (Certificado de Licença do Corpo de Bombeiros) colocando em risco a vida
da população e dos próprios servidores.
É de conhecimento notório que o prédio do Centro Cívico onde
trabalham centenas de servidores e é frequentado diariamente por contribuintes
está em péssimas condições e não possuem quaisquer autorizações legais para
funcionamento.
Outra questão que vem trazendo muitas preocupações é que
muitas unidades de ensino e de saúde se encontram em situações irregulares,
colocando em risco, novamente, servidores, crianças (alunos) e professores.
Piracicaba, segundo o advogado José Osmir Bertazzoni está sem
controle e se constitui na tempestade perfeita para uma catástrofe.
Portanto, o Sindicato não irá
provocar o dissídio de greve na justiça, deixará a encargo da prefeitura porém
já se prepara para apresentar defesa consistente e garante, os servidores não
voltaram a trabalhar diante de quaisquer injustiça.
Publicado por Danilo Telles, Jornalista da Rádio Metropolitana de Piracicaba