Foto: Arquivo Pessoal
Empatia é
a capacidade de se colocar no lugar do outro, de sentir o que a pessoa está
sentindo. Por meio dela, conseguimos, muitas vezes, enxergar uma realidade que
não é nossa, furar a bolha existencial, expandir a mente. Em termos simples, é
"andar com os sapatos do próximo", vivenciar suas experiências e sua
dor.
É um sentimento magnífico que, se
disseminado amplamente, salvaria vidas em larga escala, evitaria catástrofes e
tornaria a sociedade um ambiente muito mais saudável.
Afinal, uma pessoa empática
jamais seria homofóbica. Como alguém capaz de se colocar no lugar de uma pessoa
que já sofreu com homofobia poderia ter qualquer tipo de preconceito ou receio
em relação a um sentimento tão lindo como o amor, seja ele na forma que for?
Como poderia haver racismo se
todos entendêssemos o peso dessa questão social? Se fossemos capazes de nos
olharmos nos olhos e realmente nos enxergarmos como seres humanos iguais,
irmãos, independentemente de cor de pele ou etnia? E mais, se sentíssemos a dor
do preconceito na nossa alma, a dor de sabermos que, por séculos, nossa
história e cultura foram apagadas, nossos antepassados escravizados, nossa
religião demonizada, nossa beleza rechaçada? Imagine se tivéssemos noção dessa
dívida histórica?
Como poderia haver machismo se
todos pudessem sentir a dor de uma mulher que luta há anos para empoderar-se
nessa sociedade patriarcal que bate recorde de feminicídios a cada dia?
Como alguém capaz de se emocionar
com o brilho das estrelas, com o cheiro da terra molhada depois de uma tarde chuvosa,
com a imensidão das florestas ou a força das ondas do mar teria coragem de
maltratar algum animal ou ferir o meio ambiente?
Uma pessoa empática jamais
perguntaria o tamanho da saia de uma vítima de abuso sexual. Um policial
empático jamais abriria fogo na favela, em lugares com crianças. Um líder
político empático jamais iniciaria uma guerra. Um segurança empático não
seguiria pessoas negras pelo shopping. Em uma sociedade de pessoas empáticas
não haveria gente passando fome, moradores de rua literalmente morrendo de frio
ou guerras sem sentido.
Acredito que estamos todos tão
focados em nós mesmos, preocupados em formar opiniões superficiais sobre tudo
para comentar no Facebook, que perdemos a capacidade de simplesmente olhar para
o lado, ouvir o outro, entender sua realidade, suas vivências e sua dor.
Ouvimos para responder, não para realmente escutar. É muito julgamento e pouca
compaixão. Não precisamos de muito para salvar o mundo, apenas empatia e um
pouco mais de amor ao próximo.
Artigo assinado por: Ana Carolina Miotto, graduada em Jornalismo - Comunicação Social e pós-graduada no MBA em Gestão de Mídias Digitais pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Atuou como assessora de imprensa em instituições como USP/Esalq; Simespi (Sindicato de Empresas Metalúrgicas de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras), pelo Engenho da Notícia, e Grupo Sublimação – Arte e Psicanálise.