Foto: Fabrice Desmonts
A Procuradoria Especial das
Mulheres da Câmara de Vereadores informou ontem que dará início à apuração
sobre o que de fato aconteceu quanto a suposta ação violenta envolvendo o
parlamentar Fabrício Polezi (PAT). Nesta terça-feira, veio à tona um vazamento
de uma conversa, via WhatsApp, em que a esposa do vereador, Tatiana Caetano,
relatava estar farta das agressões feitas pelo marido e que iria se separar – a
troca de mensagens ocorreu em 2021. Mas, pelo o ‘andar da carruagem’, não houve
a separação do casal, que gravou um vídeo ontem para uma rede social. Ambos
atacaram o vazamento como briga ideológica política, classificando a informação
por uma montagem.
“Entre a gente, está tudo bem.
É mentira o que está sendo divulgado. Querem, a todo momento, desgastar minha
imagem e meu capital político. Não conseguem arranhar minha imagem política e,
agora, partem para cima da minha família”, disse o vereador. “Eu quero que
vocês vão pastar, são tudo um bando de cavalo. Vão para o inferno. Vocês querem
um outro bandido comandando o Brasil [sic]”, disse a esposa no vídeo.
“Estamos recebendo diversos
questionamentos de nossos contatos sobre quais serão as ações da Procuradoria
Especial das Mulheres aqui da Câmara Municipal em relação à possível agressão
realizada por um dos vereadores dessa Casa contra sua mulher. Informamos que
estamos apurando os fatos para que, em seguida, sejam tomadas as medidas que
forem necessárias”, informou a vereadora e membra da Procuradoria Especial das
Mulheres, Rai de Almeida (PT).
Em resposta ao assunto, a
assessoria da Câmara enviou nota à reportagem e faz referência a um vídeo
editado que circulou nas redes sociais. "A Câmara Municipal de Piracicaba
esclarece que o vídeo que circula nas redes sociais foi extraído de uma
entrevista ao vivo do vereador Fabrício Polezi, feita na noite desta
segunda-feira (30), em que o parlamentar expõe sua posição sobre uma moção
proposta por ele." Aqui, a comunicação relaciona a resposta a uma moção de
repúdio do vereador ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no que foi
entendido por Polezi como ataque machista à médica Nise Yamaguchi.
"Sobre os trechos da montagem em que supostamente sua esposa aparece, na sequência, citando uma possível agressão, a Casa informa que repudia qualquer tipo de violência contra a mulher e que não foi notificada oficialmente pelas autoridades sobre qualquer ocorrência relacionada ao fato", finaliza a nota do Legislativo.
Entenda o caso
Segundo informações que circularam
nas redes, o vereador Fabricio Polezi (PAT) teria espancado sua esposa, Tatiana
Caetano, pela segunda vez. A informação tem como base um vazamento de conversas
no WhatsApp entre a vítima e uma segunda pessoa. A reportagem do O Diário
Piracicabano teve acesso a um áudio e à foto do rosto da mulher. Com o olho
esquerdo totalmente roxo e o direto com escoriações, além do queixo e testa,
Tatiana relata também que não pretende procurar a polícia para não prejudicar a
carreira do marido. Mas o jornalista e advogado José Osmir Bertazzoni, recebeu de
uma fonte algumas informações sobre o caso, Bertazzoni levou até o conhecimento
das autoridades e apresentará a situação à Procuradoria da Mulher na Câmara de
Vereadores.
“Eu vou ver se peço a
separação porque é a segunda vez que ele faz isso. Eu não posso ficar quieta.
Eu só não vou dar parte porque não quero destruir a carreira dele porque, por
mim, eu teria até chamado a viatura para ele. Mas como eu sei que ia acabar com
a carreira dele, pensei nisso. Mas eu quero a separação. Com ele, não vou ficar
mais. Não sou mulher de bandido para ficar apanhando desse jeito”, disse
Tatiana com voz embargada de choro.
Sobre o PT
No mesmo sentido do embate ideológico político sobre o caso do vereador Polezi (citado na matéria acima), o Jornal de Piracicaba publica, na edição de hoje (01), o parlamentar e sua classificação de fake news sobre o vazamento de violência contra mulher, acentuando seu discurso entre esquerda e direita. O jornalista Beto Silva traz um contraponto com a presidenta do diretório do PT em Piracicaba, Penéloti Mendes. “É uma prática recorrente de todos aqueles que defendem o indefensável ideário bolsonarista, como é o caso do mesmo e seu partido. Em nível nacional ou local, a prática é de atacar, numa atitude desespera - da de se defender”, afirmou. Segundo Penéloti, a denúncia de agressão à mulher precisa ser apurada. “A tentativa de criar uma cortina de fumaça é evidente, a fim de desviar o foco como se uma divergência ideológica e política pudesse ser maior ou mais grave do que a violência contra a mulher”, disse. (Jornal de Piracicaba).
Outro caso
Outro episódio de violência
protagonizado pelo mesmo vereador teria ocorrido neste fim de semana em um
pesqueiro, quando Polezi e seu assessor brigaram por motivos desconhecidos –
ambos saíram machucados. Nem a Câmara, nem o gabinete do vereador se
manifestaram sobre o assunto.
A equipe da Rádio Metropolitana
conversou com exclusividade com uma pessoa que participou deste evento musical,
que teve direito a almoço no Pesqueiro Recanto dos Peixes no bairro São Jorge.
Essa pessoa nos informou que durante o evento, promovido pelo vereador Vagnão, ouve uma confusão entre assessores e familiares do vereador Fabricio Polezi, relatou
ainda que, após ofensas por um assessor a filha de Polezi, começaram as
agressões físicas, incluindo um arremesso de um tijolo da esposa do vereador
Senhora Tatiana Caetano contra o assessor.
Nossa equipe também conseguiu
contato com os proprietários do Pesqueiro, onde fomos informados que, “aqui estava
tendo um show com o a apresentação do vereador Vagnão, em referência a sua pergunta sobre
o vereador Polezi, teve sim uma discussão entre o vereador e os familiares dele,
mas foi entre eles, não sei se eram assessores, mas foi entre eles, não
conseguimos entender como tudo aconteceu nesta confusão, mas pedimos para que todos se
retirassem do nosso estabelecimento, aqui é um lugar onde as famílias frequentam
e não admitimos nenhum tipo de agressão, seja verbal ou física, não iremos
registar nenhum tipo de Boletim de Ocorrência por hora, temos câmeras de
segurança no local”.
Até o presente momento não foi registrado nenhum Boletim de Ocorrência sobre o caso.
Sobre o vídeo que mencionamos
acima, o vereador Polezi, fez uma transmissão ao vivo e ao lado de sua esposa Tatiana,
direto do Shopping Piracicaba.
Na transmissão, que durou cerca de dez minutos,
Polezi e sua esposa estão sentados, informando que as acusações se tratam de
fake news. Os dois atacaram o vídeo como um movimento da esquerda e ainda disseram que se trata de uma montagem.
Tatiana falou ao vivo sobre o episódio, “Eu estou aqui loira, linda e de cabelo preso, vocês quiseram derrubar meu marido e não conseguiram. Agora vão querer mexer comigo? A esquerda quer tirar nossa paz de espírito, abalar a nossa família. Ninguém vai destruir nosso casamento de 23 anos e 25 juntos , o meu marido é honesto. Estão divulgando esse vídeo nos grupos de Whatsapp, porque não divulgam publicamente no Facebook? Assim, eu já entro com processo contra vocês”, conclui.
Ainda na mesma transmissão, o vereador disse que estava trabalhando e que foi surpreendido com as acusações, pois muita gente começou a ligar. “Eu Tive que buscar a minha esposa, que estava preocupada e porque muita gente ligava para ela para saber o que estava acontecendo, não aconteceu nada, fizeram uma montagem mal feita”, disse o parlamentar.
Falou ainda que se trata de mais uma tentativa de cassar o seu mandato. “Quando percebem que não conseguem me derrubar, partem para cima da minha família. Estamos lidando com covardes, mentirosos e bandidos. A todo momento tentam cassar o meu mandato. A partir do momento que partirem para cima da minha filha, eu vou perder o decoro parlamentar. Só deixo claro”, concluiu o vereador.
Textos: Jornal de Piracicaba / O Diário Piracicabano / Câmara de Vereadores (Procuradoria das Mulheres).
Publicado por Danilo Telles, Jornalista da Rádio Metropolitana de Piracicaba