Foto: Eleni Destro/ Acervo Cícero Correa dos Santos e Ipplap
Atualmente, Prefeitura realiza serviços de limpeza e manutenção da área externa do túnel, que tem cerca de 70 metros; estrutura está fechada à visitação atualmente.
Um dos túneis utilizados no período de funcionamento do Engenho Central, entre 1881 e 1974, vai integrar roteiro turístico de espaços subterrâneos do local. Para isso, a Prefeitura realiza, atualmente, serviços de limpeza e manutenção da área externa do túnel, situado à direita, após o portal de entrada para o Engenho, pelo Parque do Mirante (avenida Maurice Allain). Conforme a diretoria de Turismo da Semdettur (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo), o roteiro Subterrâneo se juntará ao roteiro Mata Adentro, já existente, que explora a mata existente no Engenho Central, além de toda a estrutura do espaço, com seus armazéns já recuperados e outros que ainda serão revitalizados.
Cinzas sedimentadas no
interior do túnel - foto: Eleni Destro/ CCS
“Temos muitos planos e projetos, tanto na área turística quanto
na área cultural e gastronômica, para a nossa cidade, contemplando todas as
riquezas patrimoniais que temos no nosso município. O Engenho faz parte desse
projeto e esse roteiro deve atrair muitos turistas e, também, piracicabanos que
não conhecem a fundo o espaço. É justamente esse o objetivo com a criação desse
roteiro Subterrâneo e o Mata Adentro, que vai explorar as árvores nativas e a
fauna, que merecem ser desvendadas”, falou a diretora de turismo da Semdettur,
Rose Massarutto.
Foto: Eleni Destro/ CCS
De acordo com o diretor do Departamento de Patrimônio Histórico do Ipplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba), Marcelo Cachioni, o túnel integrava um sistema “ecológico” para que a fumaça e cinzas geradas pelo Engenho, que funcionava no meio da cidade, não fossem dispensadas em sua totalidade na atmosfera. “O Engenho é um patrimônio de arqueologia industrial importantíssimo. Temos, praticamente, uma cidade na parte de baixo. Pelos resquícios, entendemos que o túnel de gases fazia parte de um sistema de absorção da fumaça e cinzas da queima da palha, para que tudo não fosse para a atmosfera”, explica, acrescentando que existem, pelo menos, três túneis já conhecidos no Engenho, que é um dos sítios arqueológicos de Piracicaba registrados no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
O arquiteto Marcelo Cachioni no interior da chaminé que
fica no final do túnel – foto: Eleni Destro/ CCS
Com cerca de 70 metros de comprimento e três metros de altura, esse túnel próximo do portal de entrada do Engenho pelo Parque do Mirante está repleto de cinzas sedimentadas, visíveis quando se adentra o local, que ainda não é aberto ao público.
Foto: Eleni Destro/ CCS
As cinzas e fumaças entravam no túnel por uma
tubulação específica para este sistema na época. A parte interna tem locais com
cerca de sete metros de largura e estrutura em arcos. Além disso, há resíduos
como garrafas de vidro e sacos plásticos, bem como plantas que cresceram com o
passar do tempo. Na parte superior ficam as aberturas de iluminação e
ventilação, cerca de 30 em formato quadrado, que estão recebendo novas tampas
de cimento, com o intuito de garantir a segurança dos que frequentam o local.
Foto: Acervo Cícero Correa dos Santos e Ipplap
REVELAÇÃO – Quem chega ao Engenho Central hoje se
surpreende com a mudança de cenário nesse ponto, que estava tomado pela
vegetação, que encobria os tijolos que formam o teto do túnel de 70 metros.
Segundo o diretor do Parque do Engenho Central, Antonio Padovan, os serviços de
manutenção e remoção dessa vegetação começaram em maio e estão previstos para
terminar em cerca de dois meses.
“No nosso planejamento da área externa do túnel, estamos vendo a
possibilidade de plantar grama na lateral, colocar iluminação e guarda-corpo.
Só depois disso pretendemos ir para dentro do túnel, para verificar
infiltração, fazer a limpeza e, futuramente, dentro dos preceitos legais e com
segurança, abrir para visitação das pessoas”, explicou Padovan
ENGENHO DA CULTURA – A atual Administração tem
voltado seu olhar ao Engenho Central com o objetivo de ocupação do espaço e sua
transformação em um complexo cultural, artístico e gastronômico, denominado
Engenho da Cultura. A proposta é levar ao local a Nova Pinacoteca para Todos,
projeto inovador para abrigar o acervo de obras de arte da Pinacoteca Miguel
Dutra, com cerca de 1.000 itens, e dar maior visibilidade a ele em espaço
adequado. O projeto Engenho da Cultura prevê, ainda um Complexo de Lazer,
Cultura e Esporte, Espaço Multiuso, restaurante, cafés, com palcos para festas
populares e eventos corporativos e o VER de Museu.
Foto: Acervo Cícero Correa dos Santos e Ipplap
“Entendemos que o Engenho Central é um símbolo da história, da memória e da cultura piracicabana. Dessa forma, estamos empenhados em revitalizar e ocupar esse espaço da melhor forma possível para que a população possa usufruir desse bem. A limpeza e abertura do túnel, feita pela equipe da Semac, faz parte desse processo”, reforça Adolpho Queiroz, secretário da Ação Cultural.
Foto: Acervo Cícero Correa dos Santos e Ipplap
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista Redator RMPTV