Foto: Guilherme Leite - MTB
Apelidada de Lei da Mordaça, um projeto de autoria do presidente do Legislativo, Gilmar Rotta (PP), tem como foco tornar a vereança policialesca. Do prédio à calçada, literalmente, todo cidadão que ousar criticar – e tal crítica for entendida como ameaça ou ofensa, o que é extramamente subjetivo e afasta a possibilidade de objeções a quem exerce a função pública – poderá ter seu trânsito impedido na Casa de Leis. A Lei da Mordaça deveria ter passado por votação ontem, mas foi prorrogada, a pedido do próprio Gilmar Rotta, por cinco sessões camarárias para passar pelo crivo da vereança.
A Lei da Mordaça foi tratada em carta aberta pelo professor aposentado Esalq/USP, o físico Sergio Oliveira Moraes. No texto, ele propõe uma reflexão interna sobre como vereadores tratam seus pares dentro da Casa de Leis. Sem citar nomes – mas, para quem acompanha as sessões camarárias é fácil desvendar os comportamentos reprováveis em ataques frequentes principalmente à vereadora Rai de Almeida (PT) por parte da mesa diretora e de vereadores, como Laercio Trevisa Jr (PL) – Moraes destaca ofensas sofridas como risos incontidos e caretas, além de interrupções constantes durante a fala regimental da parlamentar. Pelo resultado, a pressão da sociedade funcionou.
Osmir Bertazzoni - foto: Aglaé Consuelo
Entre os requerimentos à prefeitura, a Câmara tinha na pauta de ontem questionamentos sobre abastecimento e distribuição de água; bocas de lobo para contenção de enchentes – nas imediações do Terminal Central de Integração (TCI) e loteamento Humberto Venturini – e efetivo da Guarda Municipal do Município de Piracicaba. Só as bocas de lobo passaram, assim como sobre o Refis.
Foto: Aglaé Consuelo
Também são questionados pela
vereança os 18 chamamentos públicos autorizados nesta semana pelo prefeito
Luciano Almeida. De autoria dos parlamentares Pedro Kawai (PSDB) e Thiago
Ribeiro (PSC), o objetivo é conhecer como serão elaborados os contratos – que
têm dispensa de licitação. Conforme publicou o site da prefeitura, “somados, os
contratos terão o valor total de R$ 1.448.387,53, sendo R$ 748.246,53 pagos em
2022 e o restante entre os meses de janeiro e julho de 2023”.
Laura Queiroz - foto: Aglaé Consuelo
A Câmara
Municipal de Piracicaba aprovou o pedido de informações ao Poder Executivo
sobre o Refis (Programa de Regularização Fiscal), que consiste em uma campanha
de recuperação de créditos tributários e não tributários do município. O requerimento 538/2022,
que cobra o balanço do programa, é de autoria do vereador Pedro Kawai (PSDB) e
foi aprovado pelo plenário, na 31ª reunião ordinária do Poder Legislativo,
realizada nesta quinta-feira (4).
Grupos G5 e Lideranças Zona Norte - foto: Aglaé Consuelo
O objetivo da
campanha é a cobrança amigável dos contribuintes com débitos municipais registrados
até 31 de dezembro de 2021, conforme previsto na Lei Complementar 428/2021.
No requerimento, o parlamentar questiona quantos acordos foram pactuados
através do programa, qual foi o valor arrecadado, além de detalhes sobre as
formas de pagamento à vista ou parcelado adotadas pelos cidadãos atendidos.
O vereador ainda
quer saber qual é o planejamento da administração para aplicação das verbas
oriundas da campanha. Ele lembrou, no documento, que a lei complementar
estabelece que as receitas do programa devem ser expostas, de maneira clara e
objetiva, nas audiências públicas de cumprimento das metas fiscais e ainda
disponibilizadas no Portal da Transparência do município.
Outras proposituras
– O questionamento sobre o Refis foi um dos 28 requerimentos
aprovados nesta 31ª reunião ordinária. As matérias tratam de pedidos de
manutenção, iluminação pública, instalação de bebedouro, construção de boca de
lobo e sistema antienchente, programa tapa-buracos, campanha de adoção de
animais, votos de congratulações, saneamento, emplacamento, abastecimento de
água, construção de passarela, loteamentos, podas de árvores, denominação,
esporte, segurança, trânsito e pavimentação, entre outros temas.
Outros seis
requerimentos foram retirados a pedido dos próprios autores e o 548/22, que solicitava
informações sobre o Pregão Eletrônico nº 498/21, foi rejeitado por 11 votos
contrários e sete favoráveis. Em regime de urgência, foi aprovado o requerimento 571/22, de
autoria dos vereadores Acácio Godoy (PP), Paulo Campos (Podemos) e Sílvia
Morales, do mandato coletivo “A cidade é sua” (PV), que solicitou autorização
do Plenário para realização de reunião solene em comemoração ao “Dia do
Capoeirista”.
Já o projeto de resolução 8/22, de autoria da Mesa Diretora, que dispõe sobre o Regimento Interno da Câmara, foi adiado por cinco reuniões, a pedido do presidente Gilmar Rotta (PP).
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista Redator RMPTV