Foto: Arquivo Pessoal

A guerra entre Rússia e Ucrânia chegou aos nossos copos de cerveja. O aumento dos custos produtivos da bebida já impacta grandes e pequenas cervejarias brasileiras, considerando que os dois países são grandes exportadores de trigo e cevada.

Pesquisas recentes mostram que os efeitos no custo final da cerveja no copo do apreciador cresceram 5,22% nos últimos 12 meses. As principais cervejarias anunciaram uma antecipação de reajustes, que devem ser próximos a 10%.

A cerveja, que a maioria dos brasileiros tanto aprecia, é basicamente constituída de água, malte e lúpulo. O malte é considerado o principal ingrediente na composição da bebida, responsável pela formação de cor, aroma, paladar, corpo, teor alcoólico, além de promover a refrescância da nossa cervejinha.

O malte cervejeiro é obtido através do processo de malteação de alguns cereais, como trigo, centeio e sorgo, mas majoritariamente representados pela cevada. Ou seja, a cerveja não é produzida de cevada, mas de malte de cevada.

Como resultado do desbalanceamento da cadeia global de produção, os preços da cevada ainda não beneficiada estão atualmente 50% acima dos valores observados no período pré-guerra.

Soma-se a este fator de escassez o aumento do custo energético no continente europeu, onde estão localizadas as principais maltarias, em especial em países como Alemanha, Reino Unido, Bélgica e Polônia. Esses quatro exportam para todo o globo, principalmente para o mercado brasileiro, o 4º maior produtor de cerveja do mundo.

Ou seja, a guerra não traz benefícios para ninguém. Todos ficam prejudicados e limitados no consumo de produtos que apreciam – e não falo apenas da cerveja, mas do pão francês e da carne para o churrasco, como já temos conferido nos últimos meses.

O caminho, seja em qual situação for, é sempre celebrarmos a paz.

Artigo assinado por: Lucas Romero. Mestre-cervejeiro e uma das principais referências brasileiras no segmento. Graduado em engenharia Industrial, cursou mestrado em engenharia química pela USP e UFRJ e especialização como mestre-cervejeiro pela Universidade Técnica de Berlin, na Alemanha. É empreendedor do setor em Piracicaba-SP e candidato a deputado estadual pelo Novo.

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