Foto: Divulgação/ EMPEM

O final de semana foi de intensa movimentação nas redes sociais e em contatos pessoais entre músicos, ex-alunos e ex-professores da Escola de Música de Piracicaba. Depois de tomarem conhecimento da possibilidade de perda do prédio sede da instituição, arrolado no processo de recuperação judicial das escolas metodista como imóvel disponível para negociação de dívidas e débitos tributários, a reação veio forte. E como primeiro resultado prático, será organizado  um concerto para o próximo sábado, a partir das 16h, diante do prédio ameaçado, como forma de protesto e de maior visibilidade à luta que pretende barrar a intenção dos metodistas.

Músicos formados pela Escola e hoje espalhados pelo país – como professores universitários e instrumentistas de grandes orquestras – começam a confirmar sua presença, assim como piracicabanos envolvidos na preservação da área cultural da cidade. Além disso, um abaixo assinado está sendo articulado para envio aos gestores metodistas no sentido de alertar para a necessidade de preservação desta área, que significa muito para a cidade e também para a história musical do país.

Nas redes sociais, a reação à noticia foi intensa, demonstrando tanto indignação quanto tristeza: “é inacreditável tal desrespeito”, “deveria estar em uma lista dos bens inegociáveis da Igreja Metodista do Brasil”, “ a cidade deveria ter meios de tombar o patrimônio material e imaterial da EMPEM para proteger e promover nossa cultura”, “ nenhuma escola pode morrer – a música é uma linguagem que supera barreiras”, “isso é ultrajante, o trabalho de uma vida tratado tão levianamente”, “o que vão fazer? derrubar e construir um prédio ou um estacionamento?”, “isso não é aceitável”, “quantas apresentações da melhor qualidade ali assisti – Piracicaba ficará pequenas por essa perda”, “um país sem memória e sem cultura se desfaz ao bem prazer dos oportunistas de plantão”, foram algumas das postagens em destaque.

A origem da ameaça

Envolvidas em processo de recuperação que tramita na Justiça desde 2021, as escolas metodistas existentes no país devem hoje, segundo documentos do próprio processo, mais de 1 bilhão de reais em débitos extra concursais. Os maiores credores são professores, ex-professores, funcionários e ex-funcionários destas instituições. No total, há 10.891 credores reclamando valores não pagos por seu trabalho, fornecimento de mercadorias, impostos não recolhidos. 

Nas propostas para se equacionar o problema, a rede metodista de educação, além de se comprometer a adequar custos, listou uma série de imóveis disponíveis para venda ou negociação. Somente na última versão do plano, entretanto, é que se incluiu como alternativa o prédio da Escola de Música de Piracicaba. Explica-se: a instituição foi incorporada ao Instituto Educacional Piracicabano – mantenedor da UNIMEP e do Colégio Piracicabano – em 1998, no sentido de garantir a preservação da cultura, do ensino da música e dos objetivos traçados desde a fundação da Escola, pelo casal Mahle, em 1953.

Texto: Grupo “Todos pela EMPEM Ernst Mahle”.

Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista Redator RMPTV

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