Foto: Edijan Del Santo/ EPTV


A greve das merendeiras da rede estadual de ensino acabou no primeiro dia de paralisação. Esta já era a expectativa do Sintercamp (Sindicato dos Trabalhadores em Refeições de Campinas e Região) com a sinalização de que os salários atrasados desde o último dia 8 seriam pagos ainda nesta segunda-feira, (12). Mas, o que vem pela frente poderá levar a alimentação escolar nas unidades estaduais ao caos. Segundo o secretário geral do Sintercamp, Carlos Nascimento, o governo estadual deve quebrar o contrato atual com a Especialy Terceirizações. A empresa atua em Piracicaba desde o início deste ano e já atrasou três vezes pagamentos de salários e benefícios às merendeiras, situação que demandou a intervenção do sindicato.

“Acho que o salário será pago hoje [segunda-feira, dia 12]. Mas, dia 15 vence VT, VR e VA [vale-transporte, vale-refeição e vale-alimentação]. O Estado alega que fará a troca [de empresa]”, explica Nascimento. Desta forma, o governo de Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, deve trabalhar com o desgaste de confiança quanto ao trabalho da Especialy e preparar um novo contrato emergencial às pressas para que crianças e jovens tenha as refeições garantidas.

A expectativa do Sintercamp é de um cenário conturbado frente a três pontos: dúvidas quanto à empresa sobre pagamento dos benefícios do próximo dia 15; o desgaste entre a empresa e o Estado, com o cidadão prejudicado; em ocorrendo o distrato (fim do contrato com a Especialy), o pagamento das rescisões trabalhistas deverá ir para a Justiça, prolongando o tempo para que as merendeiras recebam o que lhes é devido. “Se mantiver a empresa, o que acho difícil, fica a falta de credibilidade”, pontua o dirigente sindical das merendeiras.


A greve dos trabalhadores do setor foi motivo de moção ao governo do Estado de SP, debatida e aprovada ontem, dia 12, na Câmara de Vereadores. Rai de Almeida (PT), Gustavo Pompeo (AVA), Acácio Godoy (PP) e Zezinho Pereira (UB) subiram a tribuna para falar sobre o assunto. “Os nossos governantes precisam ficar atentos ao processo de licitação. Não basta ser só o custo mais barato”, disse Rai, lembrando da CPI da Merenda finalizada no ano passado no Legislativo piracicabano. Como antecipado pelo 'O Diário Piracicabano' na edição desta segunda-feira, a paralisação foi encerrada ontem. O vereador Pompeo denunciou a falta de EPIs (como toca para cabelo) e falta de pagamento de hora extra, transformado em banco de horas. Pedro Kawai (PSDB) também lembrou que a gestão de Luciano Almeida abriu mão de cuidar da merenda nas escolas estaduais sob alegação de que a conta não fechava, pedindo R$ 40 milhões. “A prefeitura fechou 2021 com disponibilidade financeira de R$ 275 milhões e a prefeitura não quis assumir os R$ 40 [milhões]”, frisou Kawai.

Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista Redator RMPTV

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