Foto: Isabela Borghese

Após Cidinha Mahle falar em um possível patrono e o Codepac (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Cultural) abrir processo de tombamento, outras possibilidades se abrem para a manutenção da Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle (Empem) manter suas atividades no prédio originário no Bairro Alto. Segundo um dos coordenadores do movimento ‘Salve a Empem’, o maestro Julio Amstalden, diferentes entes podem encampar a escola: poder público municipal ou uma universidade pública ou mesmo pode haver a criação de uma fundação específica para gerir a instituição. A encampação é um processo de tomada de posse mediante a uma compensação. A escola é de propriedade do IEP (Instituto Educacional Piracicabano) corre risco de venda para saldar dívidas pendentes da rede de ensino da Igreja Metodista – em Piracicaba, a unidade mais representativa desta rede é a Unimep. A estimativa é a de que o prédio vale R$ 6 milhões.

“Muitos nos perguntam o que será feito daqui para frente. O que distingue esse segundo momento é o fato de que, de várias lideranças locais e nacionais, começam a surgir propostas bastante diversificadas que precisarão ser amadurecidas e acompanhadas de forma mais efetiva, inclusive pelos metodistas, já que é deles efetivamente a posse do prédio e do acervo”, relata o maestro Amstalden. Entre as novidades também estão a programação de outras manifestações musicais até o final do ano em prol da escola. A ideia é a de reunir ex-alunos e ex-professores que desejem fazer renascer na cidade a alternativa de concertos que, durante anos, foram marca distintiva da Empem.

Quarta-feira, dia 14, marcou o período de 25 dias desde a divulgação pública da ameaça à Escola de Música. De lá para cá, o movimento ‘Salve a Empem’ faz um balanço positivo quanto às várias frentes abertas simultaneamente para expressar a indignação e a preocupação de milhares de pessoas com o futuro da instituição, de seu prédio e do acervo.

Um abaixo assinado pedindo a preservação da escola obteve, em cerca de 15 dias, mais de 6.500 assinaturas – entre os signatários, pessoas vivendo nos EUA, Uruguai, Argentina, Alemanha, Canadá, Espanha, Bélgica, entre outros países. Em Piracicaba, a compreensão daqueles que se manifestaram era de que a cidade não poderia perder mais um espaço cultural de referência na própria história do município. Outro marco foi a reunião de diversos músicos e coralistas para um concerto nas calçadas da escola no fim de agosto.

A pressão tomou tal dimensão que, de pronto, o Codepac iniciou processo de tombamento para áreas distintas da escola: do prédio; do acervo instrumental e documental; e registro da Empem como patrimônio cultural imaterial. “Vitória extremamente significativa, mas, que se constitui em apenas um primeiro sinal concreto para a preservação da Empem. Com 180 dias para dar seu parecer, o tombamento, caso ocorra, não impede, entretanto, que a rede metodista de educação dê continuidade a sua intenção de vender o imóvel”, sinaliza a coordenação do movimento.

Texto: O Diário Piracicabano/ Parceiro RMPTV

Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista Redator RMPTV

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