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O Pelotão Ambiental e a Secretaria de Defesa do Meio Ambiente não têm efetivo para a fiscalização preventiva de poluição sonora – viatura, recursos humanos e equipamentos de medição (decibelímetro). As denúncias são atendidas 'ao sabor' de ter ou não equipe disponível. As informações são da audiência pública realizada nesta terça, dia 8, na Câmara de Vereadores. Na pauta central estava os possíveis crimes ambientais da casa de eventos Estação Praia Piracicaba, instalada na avenida Alberto Vollet Sachs, na entrada do bairro Jardim Brasília. A reunião foi tensa e um representante da prefeitura, servidor público de longa carreira, deixou escapar que o Estação tem alvará apenas para voz e violão – o que extrapola as execuções de shows ao vivo e som mecânico.
O secretário da Sedema, Alex Gama Salvaia, tergiversou inúmeras vezes ao ser perguntado sobre o tamanho da equipe para fiscalizar som alto na cidade – apenas assumiu que não há trabalho de fiscalização preventiva; a Pasta de Salvaia é conhecida como a 'boutique' das secretarias por ser a melhor mobiliada e equipada. Entretanto, tal perfumaria não está no serviço de combate à poluição sonora. Outras pessoas que acompanhavam a reunião levantaram o mesmo problema de som alto em diferentes pontos da cidade. O vice-presidente da Câmara, Acácio Godoy (PP), não mediu as palavras para fazer um diagnóstico de como a prefeitura libera alvarás e fiscaliza atividades de casas noturnas e eventos.
“Como uma autorização de voz e violão acabou numa autorização de som mecânico e tudo mais? Não ficou respondida essa pergunta.” Ele continua sobre o problema de zoneamento do bairro, o que impediria a instalação do Estação. “Se há uma restrição cartorária, como vocês [prefeitura] deram a autorização”, questionou. “Enganamos o empresário que fez todo o investimento”, concluiu o vice-presidente quanto ao empreendimento. Alex Salvaia ficou nervoso e disse que “a imagem do Executivo ficou prejudicada”.
O Estação Praia já teve o local lacrado pela prefeitura, mas, recorreu na Justiça para voltar a funcionar. Além da poluição sonora – que chega até ao bairro Santa Cecília – também há um impacto na fauna que habita e transita pela mata ciliar do córrego do Piracicamirim. A vizinhança também se incomoda com problemas no trânsito e situações de pessoas embriagadas usando as ruas como banheiro público.
Por fim, uma comissão será formada com representantes do Executivo, do Legislativo e de moradores do entorno do Estação para resolver os problemas. A atividade de shows e som acontecem de quarta a domingo e impossibilita o descanso e perturba o sossego na região.
Texto: O Diário Piracicabano
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista e Redator RMPTV