Foto: Roberto Parizotti/ Fotos Públicas
A medida foi tomada por
recomendação do comitê de especialistas que assessora o Executivo paulista na
tomada de decisões sobre a pandemia.
Diante da nova alta de casos
de covid-19, o governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo decidiram nesta
quinta-feira, 24, retomar a obrigatoriedade de máscaras em ônibus, metrôs e
trens a partir do próximo sábado, 26. A medida foi tomada por recomendação do
comitê de especialistas que assessora o Executivo paulista na tomada de
decisões sobre a pandemia.
“Nas últimas semanas o Estado
de São Paulo tem apresentado aumento expressivo na transmissão do Sars-Cov-2,
que se reflete principalmente nos indicadores de internações por covid-19 em
leitos de enfermaria e UTI, que nos últimos 14 dias mostram crescimento de 156%
e 97,5%, respectivamente, chegando a uma média diária de mais de 400 novas
internações”, diz a nota do Conselho Gestor da Secretaria Estadual de Ciência,
Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, pasta chefiada pelo infectologista David
UIP.
O governo estadual diz recomendar
que a medida seja adotada em todos os municípios. Nesta semana, a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a obrigatoriedade do uso
da proteção facial em aviões e aeroportos.
Desde o início do mês, o País
observa uma alta de casos alavancada por subvariantes da Ômicron, a BQ.1 e a
BE.9, que aparentam ter perfil mais transmissível. Em boletim divulgado na
quarta, 23, a Fiocruz alertou que 15 Estados brasileiros enfrentam
recrudescimento de infecções. São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba observam o
crescimento com maior intensidade.
A elevação no número de infecções se deu em todas regiões do País e dados de exames laboratoriais por idade mostram predominância principalmente na população adulta, acima de 60 anos, conforme o boletim da fundação.
Atendimentos a casos suspeitos
de covid-19 aumentaram em oito em cada dez hospitais privados de São Paulo nos
últimos dias, mas a maioria dos pacientes não precisou ser internada, segundo
levantamento do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de
São Paulo (SindHosp). Entre os hospitais, a maioria (39%) relatou alta de 21% a
30% nos atendimentos a pacientes com esse perfil.
Frente ao aumento de casos,
profissionais da saúde já orientavam a retomada do uso de máscara em locais
fechados e/ou com aglomeração, principalmente àqueles mais vulneráveis à
doença, como idosos, imunossuprimidos e quem está com a vacinação incompleta.
Algumas universidades do Estado voltaram a recomendar o uso da proteção facial
ainda na primeira quinzena do mês. A Universidade de São Paulo (USP) e a
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, voltaram a obrigar o
uso de máscara em ambientes fechados, incluindo as salas de aulas.
Atualizar o esquema vacinal
também era pedido dos especialistas. Os baixos níveis de vacinação de reforço
preocupam, visto que, com o tempo, a imunidade cai e a pessoa fica menos
protegida contra hospitalização e morte pela doença. Só o Estado de São Paulo
acumulava 9 milhões de faltosos só para a terceira dose no início de novembro.
No dia 11, o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, antecipou, em entrevista à Rádio Eldorado, que o uso de máscara em locais fechados poderia voltar a ser obrigatório no Estado, se o boletim epidemiológico demonstrasse que as internações, especialmente nas UTIs, estão aumentando progressivamente. “Nós estamos monitorando a situação e se ela se tornar mais grave, podemos voltar a decretar a obrigatoriedade das máscaras”, falou.
Texto: Exame
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista e Redator RMPTV