Foto: Walterson Rosa / MS
Governo negocia antecipar remessas
previstas para o fim do mês.
O estoque do governo federal de vacinas
pediátricas contra covid-19 para crianças de até 11 anos de idade está
esgotado, disse hoje (6), em Brasília, a secretária de Vigilância em Saúde e
Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel. Afirmou que o governo negocia a
antecipação de remessas previstas para o fim de janeiro.
Ela frisou que já realizou reuniões com a
fabricante de vacinas pediátricas Pfizer - a única que produz o imunizante para
a faixa etária de seis meses aos três anos de idade - para a possível
antecipação das entregas. “Vamos resolver o problema”, disse Ethel.
Segundo ela, há a expectativa de
antecipar remessas de 3,2 milhões de doses para o público entre seis meses e
quatro anos, e outras 4,5 milhões de doses para o público entre quatro e 11
anos.
A outra vacina pediátrica contra covid-19
aprovada para crianças menores, a Coranovac, produzida pelo Instituto Butantã,
pode ser aplicada a partir dos três anos de idade. A secretária, contudo, disse
que o contrato com o instituto foi paralisado pela gestão anterior do
Ministério da Saúde, devendo ser retomado em breve.
Vacinação de adultos
Também hoje, a secretária informou que o
Ministério da Saúde possui estoque excessivo de vacinas contra covid-19 para
adultos, e que planeja regularizar a disponibilidade de doses junto aos
conselhos de secretários de saúde estaduais e municipais.
Apesar de haver número de doses
expressivo em poder do governo federal, há situações como a do Rio de Janeiro,
que ontem (5) anunciou a interrupção da vacinação para o público adulto em
razão da escassez de imunizantes. Para o ministério, há gargalos deixados pela
administração anterior na comunicação e na distribuição de vacinas.
“Precisamos reestabelecer esses fluxos
que ficaram muito confusos”, disse Ethel. “A missão do ministério é restituir esse diálogo com as unidades de
federação”, acrescentou.
Ela anunciou que uma reunião da Câmara
Técnica de Assessoramento à Imunização contra Covid-19 (Ctai), da qual
participam representantes de estados e municípios, foi marcada para a próxima
terça-feira (10). A meta é discutir a provável antecipação de uma nova campanha
de vacinação contra a covid-19.
A secretária afirmou, também, ser
possível que alguns estados recomendem uma quarta dose para o público abaixo de
30 anos sem comorbidades, o que será discutido na câmara técnica. A prioridade,
contudo, deve ser completar o esquema vacinal de todos os adultos com ao menos
uma dose de reforço.
Ethel salientou que a ciência hoje tem
como ideal para a efetividade dos imunizantes a aplicação de ao menos três
doses. Explicou que o número de pessoas com essa cobertura vacinal não chega a
50% do público-alvo, faltando aplicar a terceira dose em ao menos 100 milhões
de pessoas.
Nova variante
Em relação ao primeiro caso da variante
XBB.15 no Brasil, identificado em São Paulo, a secretária destacou que esse é
um fator que leva o Ministério da Saúde a considerar a antecipação de uma nova
campanha de vacinação, e que a prioridade no momento será completar o esquema
vacinal de adultos.
"Recebemos a informação de que a
variante está circulando e a amostra é de novembro. Vamos discutir com a Câmara
Técnica. O que temos sobre a nova variante é a alta transmissibilidade e
queremos retomar esses esquemas vacinais com pessoas com dose em atraso”,
finalizou.
Por Felipe Pontes - Repórter da Agência
Brasil - Brasília
Edição: Kleber Sampaio
Publicado por Danilo Telles, Jornalista da Rádio Metropolitana