Foto: Divulgação/ UNIMEP

Em encontro virtual ocorrido na manhã de hoje (16/01), o reitor da UNIMEP informou a funcionários que o campus Taquaral deverá ser desativado ainda neste semestre.

Segundo relatos de vários funcionários que participaram da live, as atividades serão desativadas, mas os funcionários seriam realocados para trabalho no campus Centro. No campus Taquaral, permaneceriam apenas os funcionários ligados à segurança, para manutenção do patrimônio, até que ele, posto à venda, seja entregue a um novo proprietário. Segundo o último relatório do processo de recuperação judicial, o IEP contava, em outubro, com cerca de 380 colaboradores, mas não é possível identificar quantos, hoje, estão lotados no campus Taquaral. 

Da fala do reitor, ainda sem detalhes e que não envolveu docentes, várias deduções podem ser feitas: a UNIMEP não acredita realmente em crescimento do seu número de alunos, hoje indicados num total de 996, considerando-se inclusive aqueles atendidos no campus Lins. Seria impossível readequar as instalações do Campus Centro para atendimento de um número mais expressivo, inclusive porque outras áreas de suporte acadêmico, como a Clínica de Fisioterapia e o Escritório Jurídico também já estão listados para venda no processo de recuperação judicial. Ainda assim, na publicidade de seu vestibular 2023, a instituição acena com opção e oferecimento de 23 cursos, todos no período noturno – destes apenas 2 funcionariam em Lins. Estarão sendo os eventuais interessados em ali estudar sendo também informados do futuro fechamento do campus Taquaral, onde hoje se fixa quase toda a infraestrutura da UNIMEP, depois do fechamento e venda do campus de Santa Bárbara D’Oeste? O edital que estabeleceu e definiu o processo seletivo indica que todos os 21 cursos de Piracicaba seriam oferecidos no campus Taquaral (http://unimep.edu.br/edital-processo-seletivo-2023.pdf).

A segunda questão é que se fortalece a cada dia a hipótese de que a instituição perca o status de Universidade, para transformar-se em mero Centro Universitário, antes mesmo de ser integralmente vendida. Trata-se de versão que se justifica pelo fato que, com o fechamento de tantos cursos, a demissão de grande número de professores qualificados e de regime de tempo integral e o corte a projetos de pesquisa e extensão, a UNIMEP não conseguiria mais atender às exigências legais para manter-se como Universidade. Transformada em Centro Universitário, perderia a autonomia restrita legalmente às universidades, há muito encarada como um problema pela Igreja Metodista, que nunca conviveu bem com uma prática decisória transferida à comunidade universitária que lhe tirava boa parte do poder controlador como mantenedora. 

Triste fim de uma instituição que envolveu tanta união, luta e comemoração da cidade quando foi criada em 1975. Resquícios da educação metodista até poderão sobreviver em Piracicaba, mas os fatos deixam claro que a UNIMEP, a Universidade Metodista de Piracicaba tal como dela a cidade pôde muito se orgulhar, está a apenas alguns passos de seu sepultamento.

Texto: Beatriz Vicentini

Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista e Redator RMPTV

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