Foto: CCS/ Prefeitura de Piracicaba


Costumo repetir isso sempre: fazer comunicação de governo está cada vez mais desafiador. Porém, como escolhi trabalhar fazendo exatamente isso, sinto-me na obrigação de buscar caminhos e alternativas para desbravar essa tarefa e encontrar o fio condutor que entregará a mensagem ao público que precisa receber a informação.


Hoje em dia a internet tem dominado as discussões dos mais variados segmentos e na comunicação governamental não é diferente. Os meios de comunicação tradicionais buscam hoje as pautas por meio de conteúdos que são debatidos nas redes sociais. Até aí não existe mal nenhum, pois faz todo sentido que as notícias sejam produzidas em cima de assuntos sobre os quais as pessoas querem discutir, debater e até obter mais informações para que possam discorrer de uma maneira ou outra, seja ela no almoço de domingo com a família ou na mesa do barzinho com amigos.


Mas para nós, produtores de notícias advindas dos governos, nem sempre o assunto está em pauta, e em grande parte também não se trata de um assunto que a pessoa gostaria de tratar na mesa do almoço, pois ele trará interferências diretas no seu orçamento financeiro ou na rotina estabelecida no dia a dia.


Mas e aí, qual a saída para noticiar esses assuntos que também precisam de divulgação? E o mais preocupante ainda: como vou falar de um assunto sobre o qual a maioria das pessoas não terá nenhuma empatia, justamente pelas redes sociais que muitas vezes são medidas por curtidas e compartilhamentos?


Eu me arriscaria a dizer que a primeira coisa que deve ser considerada na estruturação da notícia da comunicação pública é que em tempos de convergência midiática o cidadão deve ser tratado como sujeito na ação, e não somente como receptor da notícia.


Outro ponto que também deve ser levado em consideração é que as redes sociais de governos não devem ser comparadas com redes de qualquer outro segmento, pois elas exercem um papel diferente, e não trarão em todos os posts entretenimento como quase a totalidade dos perfis que você que está lendo esse artigo costuma seguir.


Convido a uma reflexão rápida: você acha que quando um cidadão vê um post sobre mudança de mão de direção de uma rua pela qual ele passa várias vezes por dia ou sobre atualização de valores do IPTU, por exemplo, ele sente uma vontade “espontânea” de curtir esse post? Pois é, tudo nos leva a pensar que não, não é mesmo? Mas o nosso trabalho também passa pela construção desse tipo de conteúdo, até mesmo porque dar publicidade ao governo é constitucional, está previsto na Constituição Federal de 1988, a qual garante aos cidadãos o direito à informação e estabelece os princípios da publicidade, dos atos, programas, obras e serviços.


No ano que terminou, o Centro de Comunicação Social de Piracicaba, mais conhecido como CCS, publicou em média 255 notícias por mês, alcançou mais de 155 mil pessoas pelas duas principais redes sociais, e mesmo não produzindo somente conteúdos de entretenimento, recebeu do público em geral mais de 100 mil curtidas.


Números relevantes, que caso o perfil pertencesse a um influenciador digital, possibilitaria firmar contratos bem atrativos na casa dos famosos 6 dígitos.


Mas como estamos falando de um tipo de comunicação específica e diferente, na qual a “monetização” fica por conta da mensagem passada de forma direta e sem ruídos ao cidadão, esses números só nos trazem a certeza de que estamos trilhando um caminho de construção para um canal direto com a população, quebrando uma dificuldade histórica existente, de aproximação entre o Poder Público e o cidadão por meio da comunicação.

 

Artigo assinado por: Tássia Espego - Publicitária Especialista em Marketing Político e Governamental, Diretora do Centro de Comunicação Social da Prefeitura de Piracicaba.

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