Foto: Guilherme Leite
O vereador Fabricio José Raetz de Oliveira Polezi e seu assessor, Paulo
Fernando Silveira Penteado, estão sendo condenados por agressão ao jornalista,
Walter Koch do MCCP (Movimento de Combate à Corrupção em Piraciciba), que fazia
filmagens em frente à Câmara de Vereadores. Segundo a denúncia feita pelo
jornalista agredido, no momento em que estava fazendo uma live pelo seu celular
(no início da sessão dos legislativos), o vereador, Fabricio Polezi, passou por
ele e o empurrou, projetando seu ombro contra o mesmo. Na sequência, a vítima o
empurra de volta e é atingida por um soco na região do ombro, desferido pelo
assessor do vereador, Paulo Fernando Silveira, que encontrava-se próximo. O
jornalista informou ainda que estava fazendo uma matéria que se referia a
proibição do público geral em adentrar na Câmara.
Walter Koch registrou um Boletim de Ocorrência contra o vereador e seu
assessor e passou pelo exame de corpo de delito, no qual foram comprovadas as
lesões.
Segundo relatos do vereador Fabricio, durante seu interrogatório, negou
os fatos descritos e disse que no momento do ocorrido estava saindo da câmara
por um corredor estreito, onde sem intenção, esbarrou na vítima, momento em que
a mesma se voltou contra sua pessoa e o empurrou fortemente contra um
portão de acesso. Relatou que diante disso, sofreu um torcicolo. Afirmou
que a reação da vítima foi desproporcional aoesbarrão.
O assessor de Fabricio, Paulo Fernando Silveira, também negou os fatos
descritos pela vítima e relatou que no momento em que o jornalista empurrou o
vereador, apenas tentou proteger seu amigo. Narrou que tudo durou cerca de 15
segundos
Duas testemunhas também foram ouvidas, uma delas conta que estava no
local dando uma entrevista junto à rádio do sindicato, quando ouviu alguns
gritos, e ao se voltar para o acontecimento, visualizou o assessor Paulo
Fernando em posição de luta contra Walter. Nesse momento, para apaziguar a
situação, segurou Paulo Fernando e o levou até o interior da Câmara
Municipal. Paulo dizia que a vítima queria agredi-lo. Por fim, afirmou que
Fabrício já estava no interior da Câmara.
A outra testemunha diz que estava no local, porém não viu quem
iniciou a discussão. Relatou que presenciou a vítima dando um forte empurrão em
Fabrício, arremessando-o contra o portão principal da Câmara. Não viu o
esbarrão de Fabrício na vítima. Disse que tentou conter os ânimos dos
envolvidos, cujo episódio foi rapidamente encerrado. Confirmou que a vítima
constantemente vai ao local e que esta já teve problemas com outros vereadores,
inclusive com a testemunha.
O laudo em questão, somado à análise do vídeo que registra o momento dos
fatos, se observa a projeção do corpo do vereador dando um
"encontrão" na vítima, que na sequência, empurra o vereador pelas
costas. Ficou constatado que o desentendimento teve início com a atitude
do vereador, Fabrício. Na sequência do vídeo, pode ser vista a agressão
de Paulo contra à vítima, desferindo um soco em seu braço de forma
voluntária.
O Tribunal de Justiça de São Paulo diz:
“A tese da legítima defesa de outrem deve ser afastada ante a
agressão ocorrida, já que o entrevero teve início com a atitude de
Fabrício. Dessa forma, as provas dão conta da ocorrência do delito
previsto no art. 129, do Código Penal, em relação ao réu Paulo Fernando, e art.
21 do Decreto-lei n° 3.688/41 em relação ao réu Fabrício José.”
O Tribunal de Justiça ainda diz que é impossível a absolvição dos
acusados, pois as provas são seguras, robustas e incriminatórias.
Fabricio José Polezi arcará com uma pena de 15 dias em prisão
domiciliar, e Paulo Fernando Silveira, seu assessor, com 3 meses de prisão
domiciliar. Ambos terão que respeitar as condições obrigatórias de:
Permanecer na residência durante o repouso e dias de folga; sair para o
trabalho e retornar, nos horários fixados; não se ausentar da cidade onde
reside, sem autorização judicial e comparecer semanalmente em juízo.
Além da pena a ser cumprida, o vereador, Fabricio Polezi, deverá arcar
com um valor de um salário mínimo à vítima. Seu assessor, Paulo Fernando
Silveira, terá que arcar com dois salários mínimos, um para a vítima e outro à
uma instituição designada pela Justiça.
Procurada, a Câmara de Vereadores de Piracicaba nos enviou a seguinte
nota:
“A Câmara Municipal de Piracicaba não se posiciona em relação a
processos particulares de vereadores.”
Nossa redação entrou em contato com a vítima, que nos enviou a seguinte
nota:
“A justiça foi feita graças a presença da equipe do sindicato dos
servidores municipais. Não fossem as filmagens do Sr Delima e da repórter
Renata, ambos do sindicato, hoje a sentença poderia ter sido arbitrada contra
mim. O Movimento de Combate à Corrupção em Piracicaba não se dará por
satisfeito e irá em busca de reparação e de punição a outros atores deste caso,
denunciando falso testemunho de uma das testemunhas e a prevaricação do
presidente da Câmara a época, vereador Gilmar Rotta. Ademais, seguiremos
lutando.
Ass. Walter Koch - Líder e Jornalista do Movimento de Combate à
Corrupção em Piracicaba”
Nossa redação também procurou o vereador e o assessor para comentar o
caso, mas não recebemos respostas até o fechamento desta matéria. Caso venha
alguma resposta ou nota, iremos atualizar imediatamente.
Texto: Enzo Oliveira/ Radialista e Redator RMPTV
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista e Redator RMPTV