Foto: Reprodução/ Clínica
Cocre
Importante em longo prazo,
vacina protege contra tipos de câncer comum.
Dados do Ministério da Saúde
mostram que somente 21% dos adolescentes de 11 a 14 anos tomaram, de fato, as
duas doses necessárias para garantir a imunização contra o Papilomavirus humano
(HPV).
O HPV é mais conhecido por
provocar o câncer de colo de útero, mas também pode causar outros tipos de
tumores, como os de pênis, ânus, garganta, vulva e vagina. Em 2014, a vacina
começou a ser ofertada para meninas no SUS (Sistema Único de Saúde) e teve a
indicação ampliada para meninos no início de 2017.
Hoje existem 2 vacinas
disponíveis. A HPV 4 valente, disponível no SUS e em clínicas privadas, com 4
tipos de HPV (6, 11, 16 e 18) e a vacina 9-valente, disponível atualmente em
clínicas privadas, que protege contra o HPV tipos 6 e 11 (que causam> 90%
das verrugas genitais visíveis), tipos 16 e 18 (que causam cerca de 70% dos
cânceres cervicais e 90% dos cânceres anais) e tipos 31, 33, 45, 52 e 58 (que
juntos causam 10 a 20% dos cânceres cervicais). Rotineiramente deve ser
aplicada em meninas e mulheres, como meninos e homens, dos 9 aos 45 anos de
idade.
A cobertura da vacina contra o
HPV entre meninos é ainda menor do que a observada em meninas, também
considerada baixa. Entre o público feminino, o porcentual de adolescentes que
tomaram as duas doses do imunizante desde que a vacina foi incorporada na rede
pública é de 42%. A meta do Ministério da Saúde para ambos os casos é que a
cobertura chegue a 80% do público-alvo.
Segundo especialistas e pais
de adolescentes nessa faixa etária, o desconhecimento sobre a oferta dessa
vacina no SUS é a principal razão para a adesão tão baixa ao imunizante.
“A vacinação de adolescentes,
em geral, é um desafio porque os pais geralmente associam a necessidade somente
à infância, não sabem que há vacinas que devem ser dadas na adolescência.
Especificamente no caso da usada contra o HPV para meninos, há uma dificuldade
ainda maior porque a maioria das pessoas associa o vírus apenas ao câncer de
colo de útero”, explicou o pediatra e diretor técnico da clínica CdVac, Paulo
Falanghe.
Ele comenta, ainda, que se
somam a esses fatores uma divulgação insuficiente da oferta desta vacina para
meninos e a ausência de campanhas nas escolas.
Texto: Flávia Vieira
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista
e Redator RMPTV