Fotos: Divulgação/ Prefeitura de Piracicaba
Ação contou com depoimentos de
pessoas com deficiência a grupo de mulheres do Cras; proposta é auxiliar as
pessoas com deficiência e suas famílias a conquistarem autonomia e qualidade de
vida.
“O processo de aprender tudo
de novo é difícil para a pessoa que perde a visão. Não só para ela, mas para a
família também”, afirmou Márcio Domingues, usuário e diretor da Avistar, que
participou como depoente durante a Vivência realizada pela equipe do Programa
de Habilitação e Reabilitação (PHR), com o grupo de mulheres do Centro de
Referência de Assistência Social (Cras) Piracicamirim. A ação é realizada
periodicamente em serviços da Secretaria Municipal de Assistência e
Desenvolvimento Social (Smads).
A vivência é uma das ações do
PHR que tem a proposta de auxiliar as pessoas com deficiência e suas famílias a
conquistarem autonomia e qualidade de vida. “Antes de mais nada, precisamos
entender que é necessário empatia e atitude em nossas ações. Quando uma família
se depara com a situação de um adulto ou uma criança perder a visão, a
reabilitação com essa pessoa deve ser consciente para ajudá-la a conquistar a
autonomia, não se isolar e se adaptar ao mundo à sua volta. Esses são os
principais objetivos do programa”, contou Misia Fernandes, assistente social do
PHR na Avistar.
Fátima Regina Busso,
participante da vivência, se emocionou ao ouvir Márcio Domingues contar sua
história de vida, desde que perdeu a visão até os dias de hoje, pelo quanto
aprendeu a não se isolar e viver enfrentando todo e qualquer obstáculo. “Esse
depoimento me fez ter noção do que estou fazendo comigo. Estou com problemas na
visão, mas ainda não fui atrás disso. Pra mim, foi um despertar. Só tenho a
agradecer e dizer que de agora em diante, vou buscar ajuda médica”, disse
Fátima.
Além dos depoimentos e
orientações sobre perda ou limitação visual, as mulheres puderam sentir como é
perder a visão, guiar ou ser guiado por alguém. Entre elas, algumas utilizaram
vendas, outras, bengalas para se localizar e outras ainda, auxiliaram como
guias. “A sensação de guiar foi inexplicável. Me deu angústia para guiar, um
medo de cair com a pessoa”, contou Daiani Cortinovi.
Placas de piso tátil foram
colocadas no chão para que as pessoas entendessem o significado das
sinalizações. “Quando tiver relevo contínuo, significa que posso continuar
andando; já as bolinhas sinalizam um obstáculo, uma porta. Nos terminais de
ônibus é possível observá-las em toda parte. Pessoas com deficiência visual
muitas vezes também se utilizam de bengalas e para quem enxerga é possível
perceber o grau de dificuldade da pessoa, através das bengalas que, em suas
cores remetem os significados: verde significa que a pessoa tem baixa visão; a
branca e vermelha, que é cego e surdo. A função da bengala é nos auxiliar na
caminhada e nos proteger de obstáculos”, explicou Márcio.
HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO – O
programa vinculado à Proteção Social Básica da Secretaria Municipal de
Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) é realizado em parceria com a
Avistar (Associação de Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual de
Piracicaba), Espaço PIPA (Associação Síndrome de Down de Piracicaba), Apaspi
(Associação de Pais e Amigos de Surdos de Piracicaba) e Auma (Associação de
Pais e Amigos dos Autistas de Piracicaba).
Por meio de busca ativa e encaminhamentos dos Cras, o programa realiza ações para a ampliação da capacidade funcional e desempenho dos indivíduos, a partir de experiências que contribuam para o desenvolvimento de suas potencialidades, aptidões cognitivas, sensoriais, físicas, além da promoção ao acesso a serviços socioassistenciais e das políticas setoriais conforme necessidades e segurança no desenvolvimento da autonomia.
Texto: CCS/ Prefeitura de Piracicaba
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista e Redator RMPTV