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Desde criança, Elson Ferreira Viana ou Vicente, apelido dado pelo padre do bairro onde nasceu e que até hoje é chamado pelos seus familiares, já tinha o desejo de se tornar artista. Sua brincadeira favorita era pegar insetos que viravam personagens dentro de histórias criadas por ele, como num texto teatral. Essa façanha se deu na “Vila do sapo”, alameda do bairro do Guamá sua terra natal Belém do Pará, onde viveu a sua infância e guarda grandes recordações dessa época. Influenciado pelas novelas “Irmãos coragem”, Selva de pedra” entre outras da década de 70, quando a TV ainda era preto e branco, sendo disputada pelos amigos de rua por um espaço da janela da vizinha, a única com melhor poder aquisitivo que possuía o valioso eletrodoméstico cobiçado por todos, pois era denominado só para os “ricos”.
CHACRINHA
Depois de algum tempo já
adolescente no ano de 1982, ouviu no rádio que o Chacrinha e sua caravana de
chacretes e artistas que estavam no auge devido o programa exibido pela TV,
iria escolher o melhor calouro de Belém. Era sua chance de se tornar artista,
pediu a mãe para fazer sua inscrição, fato este negado por ser menor de idade,
porém imediatamente pensou na prima Socorro que realmente lhe socorreu
acompanhando nas eliminatórias sendo aprovado em todas com a música “Leão
ferido” do Biafra, sucesso nas rádios em todo Brasil. No dia mais esperado em
pleno evento, Chacrinha, ele mesmo, buzinou o candidato presenteando com o
troféu abacaxi, prêmio de consolação aos que não eram aprovados. Como
justificativa o Velho guerreiro argumentou: “Meu filho você não tem direito nem
a troféu abacaxi pois vai me dar prejuízo”, ou seja, não teve direto nem ao
prêmio de consolação. Este episódio foi o bastante para se indignar, mas não
para desistir, pois só o fato de estar ali com aquelas estrelas da televisão
era o suficiente para marcar seu início no universo artístico.
TEATRO
Depois de 5 anos após a
vivência com o Chacrinha por volta de 1987 se inscreveu num curso de
contra-regra no Sesc Belém, mas ainda não era o que procurava, tinha convicção
que poderia ser o teatro, foi quando começou a fazer parte dos ensaios do
espetáculo “Tragédia numa caixa de brinquedos”, texto de Erico Verissimo,
montagem teatral que estava sendo ensaiado pelo Grupo teatral do Sesc, Gent´s PA.
Determinado dia próximo da estreia a atriz que interpretava a boneca de louça,
na trama teria que se ausentar da cidade e do grupo por questões de doença na
família, pegando todos de surpresa e atônitos com tal decisão, imediatamente
como forma de suprir aquele vácuo o diretor sem titubear declarou que o
substituto da personagem seria Elson, fato este que não aceitou, mesmo sendo
conhecedor das falas e marcações. Depois de muito insistir o diretor conseguiu
convencê-lo, assim nasce um ator inexperiente com um grande desafio pela
frente, interpretar um personagem feminino que para sua cabeça e sem conceito
sobre teatro, só imaginou no que os outros iriam pensar em plena década de 80.
Depois de adaptações em roteiro e figurino o espetáculo estreou e ficou 3 anos
em cartaz viajando para várias cidades do interior.
PIRACICABA
Baseando se na letra da música
Nos bailes da vida de Milton Nascimento: “Todo artista tem de ir aonde o povo
está” completa: “o artista tem de ir em busca de novos conhecimentos culturais”
decidiu vir para Piracicaba, aqui inicia uma nova jornada que denomina de
“missão”. No dia 20 de dezembro de 2009 chegou cheio de sonhos e o desejo de
fazer dela seu porto seguro, trazendo consigo a cultura da sua região: a
Amazônica, indígena, ribeirinha e caribenha. Foram dias difíceis, porém existia
uma grande expectativa de lutar e acreditar que seria possível conquistar seu
lugar ao sol. Seu primeiro emprego foi como porteiro do Jornal de Piracicaba,
pois precisava de renda urgentemente para saudar suas despesas. Como produtor
cultural independente criou o projeto Relacionalizando-se.com que era uma
espécie de workshop motivacional que narrava histórias humanizadas através do
cover de Charles Chaplin. Percorreu caminhos e foi abraçado por onde passou, tornou-se
conselheiro do Conepir, Concult e um dos membros da primeira comissão do
Afropira. Em 2012 criou a Revista Pirarazzi dentro do Programa de rádio web
Rádio Pira, a proposta era abrir portas para artistas de Piracicaba e região,
um novo espaço nascia com propósito de dar visibilidade ao artista como
alternativa de divulgação do seu trabalho. Na rádio Difusora ao lado de
Reinaldo e Fabiola Pousa apresentaram o Programa Recanto do Nordeste, com o
personagem Xerozinho que contava repentes e divertia os ouvintes. Depois criou
o projeto Tarubá com objetivo de apresentar a cultura paraense através das
lendas e ritmos paraenses como o carimbó e lundu. Em seguida ressurgia o
personagem Fiofhó de Belém no projeto Mulheres cantadeiras com apresentações no
evento do Dia Internacional das Mulheres em pleno Largo dos Pescadores. Em 2014
no auge da sua carreira volta a Belém, com 5 minutos antes de subir no palco no
primeiro show da Fiofhó, teve dores fortes no peito, foi um susto, porém
conseguiu realizar o show. Voltando para Piracicaba em pleno avião sente
novamente as dores no peito, sendo diagnosticado infarto. Foi um divisor de
águas, ficou 2 anos longe dos palcos o que lhe causou um princípio depressivo.
Na volta aos trabalhos passou pela TV ativa no Programa Ativa no ar com o
quadro Seu Belém entrevista. Em 2019 a Pirarazzi se tornou coluna no Jornal A
Tribuna Piracicabana, no mesmo ano nascia o Prêmio Pirarazzi de Cultura que
está na segunda edição. Antes passou pelo Portal Nova 15 com o programa
Pirarazzi nas ondas do rádio e o Showcha da Fiofhó, em seguida apresentou pela
Radio Metropolitana de Piracicaba o Pod cast Fiofhó de cabo a rabo. No início de 2022 esteve no elenco da comedia
“O defeito de família” e atualmente faz parte do elenco do espetáculo Paixão de
Cristo com o personagem João Batista, depois de 5 anos ausente da montagem
teatral.
TÍTULO DE CIDADÃO PIRACICABANO
“Receber o título de cidadão
Piracicabano é celebrar toda essa trajetória nesta terra que me acolheu,
confirmando com toda convicção que precisava chegar aqui para cumprimento desta
missão como parte da minha história de vida aqui na terra onde o peixe para.
Meus sinceros agradecimentos ao vereador Cassio Luiz do Fala Pira que conhece
minha trajetória e que me concede essa honraria como também a todos que fazem
parte desta caminhada ao abrirem portas me permitindo entrar. “
Reunião
solene de entrega de honraria
28 de
março, terça-feira 19:30
Câmara
Municipal de Piracicaba
Salão
nobre Helly de Campos Melges
Rua
Alferes José Caetano, 834, centro Piracicaba
Atração
artística:
Batuque do Norte, ritmos e danças Amazônicas com Cecilia Mani, Elyana Dahab e alunas do Studio Elyana Dahab dança do ventre.
Texto: Redação
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista e Redator RMPTV