Foto: Vanderlei Zampaulo
Esta quarta-feira, 5 de abril,
foi de profunda tristeza. Um homem invadiu uma creche em Blumenau (SC) e
assassinou covardemente quatro crianças, deixando outra gravemente ferida. No
dia anterior, em São Paulo, uma bomba foi arremessada para dentro de uma escola
estadual. Uma professora foi internada com ferimentos no rosto e sequelas no
tímpano.
Na semana anterior, além do
assassinato da professora Elizabeth Terneiro, na Escola Estadual Thomazia
Montoro, proliferaram tentativas de crimes com armas brancas em muitas escolas
de São Paulo e em outros estados.
Por coincidência, a APEOESP
divulgou pesquisa sobre violência nas escolas no dia 29 de março, que foi
realizada em fevereiro e março. Os números mostram que o problema é grave, tem
se ampliado e que a pandemia impactou emocionalmente a sociedade e as
comunidades escolares.
A crueldade do assassino de
Blumenau faz doer a alma. Qualquer assassinato é vil, mas assassinar a sangue
frio crianças inocentes é pior. Que motivos poderia ter esse monstro para fazer
semelhante coisa? É uma alma doente de maldade. Será também influenciada pelo
discurso de ódio, armamentista, genocida, que vêm sendo repetido nos últimos
anos e que havia se tornado política de governo?
Há muito trabalho a fazer para
que o Brasil supere esse período sombrio da sua história. As escolas e também
as creches são alvo dessas criaturas desprovidas de amor e de respeito pela
vida. Medidas de segurança são necessárias, mas a redução da violência nas
escolas não se dará com policiais armados dentro das unidades escolares. Isso
poderá apenas causar confrontos, porque pessoas que fazem esse tipo de coisa
não recuarão por saberem da presença de um policial armado. Há casos,
inclusive, em que um confronto está em seus planos.
É necessário a elaboração de
políticas preventivas, conscientização, controles de entradas, monitoramento, o
que requer investimentos, estruturas, contratação de mais servidores públicos,
mais professores, mediadores, psicólogos dentro das unidades escolares,
melhoria do processo educativo, uma escola mais humana e participativa. E,
também, políticas de promoção da paz na sociedade e nas escolas.
Um passo importantíssimo nessa
direção foi dado pelo presidente Lula ao instituir a política nacional de
combate à violência nas escolas. Parabenizo o presidente Lula e os
ministros da Educação, Camilo Santana, e da Justiça, Flávio Dino, pela
iniciativa de criar um grupo de trabalho com vários ministérios para elaborar
uma política nacional de combate à violência nas escolas e pela emergência em
colocar o Ministério da Justiça para fortalecer o trabalho de segurança nos
estados no combate à violência.
Não podemos deixar o ódio tomar conta de vez da comunidade escolar. Reitero aqui o trabalho da Apeoesp que alerta há anos sobre o problema da violência nas escolas de São Paulo, fazendo pesquisas entre professores, alunos e pais, propondo soluções, alertando os governos de momento. Precisamos agir. Chega de ver a comunidade escolar chorar pela perda dos seus, chega de tristeza na nossa sociedade!
Que a Páscoa que vamos viver neste domingo tome os corações de todos e o
amor prevaleça entre nós.
Artigo assinado por: Professora Bebel, deputada estadual pelo PT e presidenta da Apeoesp