Foto: Divulgação/ Vanderlei Zampaulo

Minha filha, Maria Manoela, chegou em minha vida num momento de fragilidade e mudou-me para sempre. Em 2009, havia perdido meu pai, referência maior para mim e para toda a nossa família. Adotar a Manu foi um novo amanhecer para mim, a chegada de um sol que aquece meus dias e deu novo sentido a tudo o que eu faço.

Manu é uma linda menina negra e me enche de orgulho acompanhar seu crescimento, sua inteligência e o desenvolvimento de sua personalidade curiosa e interessada e a construção de seus sonhos. Por isso, por ela, o Dia das Mães passou a ter um significado totalmente novo para mim. Se até então, esse dia era de homenagens para minha mãe, Dona Maria, agora é dia também de receber o carinho de minha filha, uma felicidade indescritível que somente as mães podem experimentar. 

Não poderia deixar de mencionar o orgulho que tenho de minha mãe, de sua força, dos ensinamentos que transmitiu a mim, a minhas irmãs e ao meu irmão. Embora analfabeta, e justamente por isso, valorizou a nossa educação, consciente de que este era o caminho para que não tivéssemos que passar pelas mesmas dificuldades que ela própria teve que experimentar na vida.

Para além desse significado pessoal, homenagear todas as mães me faz pensar no papel que nós, mulheres, temos e podemos ter na sociedade brasileira, sobretudo mulheres que, como eu, ocupamos posições de liderança, seja na política, seja nas comunidades, nos movimentos, nas instituições e na contribuição que podemos dar para que as novas gerações possam ter novas e melhores perspectivas.

Como liderança sindical e deputada, enfrento o grande desafio de conciliar minhas atividades e minha luta pelos direitos dos professores, do funcionalismo, dos setores mais vulneráveis da população e por educação pública de qualidade com meu papel de educar e participar da educação de minha filha e com ela partilhar seus momentos mais importantes. Claro, sempre posso contar com toda a minha família nos muitos momentos em que não posso estar fisicamente presente, mas estar com a Manu é um dos maiores prazeres e alegrias de que posso desfrutar.

É essa alegria que desejo para todas as mães, biológicas ou por adoção, mas tenho a perfeita consciência de que essa não é a realidade para milhões de mulheres que enfrentam enormes dificuldades para criarem seus filhos. Por isso, é tão fundamental termos alguém com a sensibilidade do presidente Lula à frente do governo federal. Em apenas quatro meses, já estão sendo produzidas políticas para a melhoria da qualidade de vida da população, sempre com especial enfoque nas mulheres, como é o caso do programa Minha Casa, Minha Vida, que prioriza as mulheres chefes de família.

Que neste dia 14 de maio todas as mães possam ser lembradas e homenageadas, na perspectiva de que nos anos próximos essa data simbólica possa trazer cada vez mais otimismo, realizações e esperança.

Texto: Professora Bebel, presidenta da APEOESP e deputada estadual pelo PT

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