Foto: Rádio Metropolitana de Piracicaba

A Justiça de Piracicaba decretou a prisão preventiva de dois policiais militares, acusados de tentativa de homicídio contra um homem morador do bairro Novo Horizonte, dia 9 de maio deste ano, ocasião em que ele foi baleado várias vezes porque estaria envolvido com diversos roubos de mercadorias registrados naquela área.


Foto: Polícia Militar

Também foram decretadas medidas cautelares para outros cinco PMs que estavam na mesma ocorrência, que não teriam feito nada para impedir a conduta dos colegas. Eles devem ser afastados de suas funções.


Foto: Polícia Militar

No dia do crime, a Polícia Militar chegou a apresentar uma arma de fogo dizendo que estava com o morador e que, ao se ver acuado durante o cerco, ele disparou primeiro. Depois, foi baleado e socorrido para o Hospital dos Fornecedores de Cana.

Naquele dia, três policiais entraram na casa e outros quatro ficaram do lado de fora. Segundo a Justiça, cuja denúncia já foi oferecida pelo Ministério Público, estes também não fizeram nada para mudar o cenário. Enquanto estava acuado, o morador levou um dos tiros no tórax e outro numa das pernas.

Consta, segundo apurou a Gazeta, que ele suplicava para que não o matassem, mas não era ouvido. Durante a ocorrência, um dos policiais saiu da casa e acionou o socorro. Quando ele retornou, e antes de ser socorrido, mais um tiro teria sido disparado.

Naquele dia, o Corpo de Bombeiros socorreu o homem levando-o para o Hospital dos Fornecedores de Cana, onde ele permaneceu internado por alguns dias.


Foto: Rádio Metropolitana de Piracicaba

Meio cruel

Segundo o promotor de Justiça Aluisio Antonio Maciel Neto, que ofereceu a denúncia, o crime foi cometido com emprego de meio cruel, pois os denunciados, durante intervalo de 17 minutos, e em meio às súplicas da vítima por sua vida, efetuaram disparos sequenciais, a revelar brutalidade fora do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade.

Outro lado

A Gazeta enviou e-mail para a Secretaria de Estado da Segurança Pública, já que quem investiga os fatos é a Corregedoria da Polícia Militar. A mensagem teria sido reenviada para o 10º Batalhão, mas, até o fechamento desta edição, não houve resposta se os cinco citados nas medidas cautelares já foram afastados de suas funções.

Sobre a prisão temporária dos dois que teriam atirado, um oficial conversou com a Gazeta e disse que, por se tratar de crime envolvendo PM, só a Corregedoria tem acesso ao processo. Testemunhas ainda serão ouvidas pelo Ministério Público.

Texto: Ana Cristina/ Gazeta de Piracicaba

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