Foto: Pixabay
Pneumologista
do Vera Cruz Hospital, Ronaldo Macedo pontua razões e explica formas para se
deixar o cigarro.
Agosto, 2023 – A
cada ano, o tabaco mata oito milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a
Organização Pan-Americana da Saúde. E para não contribuir com este triste
índice, muitas pessoas buscam alternativas para abandonar o vício, um grande
desafio frente ao estresse da abstinência, o apelo social e outros fatores. Na
próxima terça-feira (29) celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo e motivos
não faltam. Quem assume esse compromisso, inclusive, colhe benefícios quase
imediatos para a saúde.
Médico
pneumologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), Ronaldo Macedo elenca
doze motivos benéficos para estimular a deixar o vício:
1
– Vinte minutos após parar de fumar, a frequência cardíaca cai; ou seja, a
pressão arterial e a frequência do pulso voltam ao normal;
2
– Após duas horas, não há mais nicotina circulando no sangue;
3
– Depois de oito horas, os níveis de monóxido de carbono, presentes no sangue,
atingem os valores normais e o nível de oxigênio aumenta;
4
– Em 24 horas, os pulmões passam a funcionar melhor e os brônquios já começam a
limpar os resíduos deixados pelo tabaco;
5
– Após 48 horas, o olfato já pode sentir melhor os cheiros e o paladar degustar
melhor os alimentos;
6
– Entre duas e 12 semanas a pele fica menos oleosa, melhora a circulação
sanguínea e a capacidade pulmonar pode aumentar em até 30%;
7
- Entre um e nove meses, a tosse, a falta de ar e a respiração ofegante
diminuem;
8
– Depois de um ano, o risco de doenças cardíacas, como o infarto, caem pela
metade;
9
– Em cinco anos, os riscos de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), infarto do
miocárdio e morte por ataque cardíaco se aproximam ao de uma pessoa que nunca
fumou;
10
– Dez anos depois, o risco de sofrer um infarto é semelhante ao de uma pessoa
que nunca fumou;
11
– Entre 10 e 15 anos, a expectativa de vida se iguala a de um não fumante;
12
– Após 15 anos, o risco de desenvolver câncer de pulmão se iguala ao dos não
fumantes.
Quero parar, o que faço?
Segundo
o especialista, o primeiro passo é definir como se deseja passar por este
processo: parada imediata, quando se determina uma data e a partir dela não
fuma mais nenhum cigarro; ou parada gradual, na qual se estipula a quantidade
de cigarros consumidas no dia e diminui dia a dia, até zerar. “Cada pessoa irá
definir como se sente melhor com relação ao abandono do vício e o importante é
que se tenha apoio da família e dos amigos”, destaca.
O
caminho requer determinação e coragem para enfrentar momentos críticos que
fazem parte do processo. “Haverá a síndrome de abstinência, que inclui a
fissura (vontade intensa de fumar), dor de cabeça, irritabilidade, tonteira,
alteração do sono, tosse, indisposição gástrica e outros sintomas que podem
variar de pessoa para pessoa. Também é possível que não se tenha nenhum
sintoma. Em média, quando se manifestam, os sintomas duram de uma a duas
semanas”, diz o médico.
Outro
ponto importante é não ter medo de recaídas. “A recaída pode ocorrer, mas não
deve ser encarada como um fracasso. Se acontecer, recomece, preste atenção ao
motivo que o levou a voltar a fumar e corrija a rota. De modo geral, o fumante
tenta abandonar o vício cerca de três ou quatro vezes até conseguir
definitivamente. O que importa é se dar várias chances”, recomenda.
Atenção às armadilhas:
O
cigarro não deve ser uma válvula de escape para os momentos de estresse.
Situações difíceis fazem parte da vida e fumar não resolve o problema. “Nessas
situações, o essencial é se acalmar e analisar a situação de modo prático,
agindo na solução”, sugere o médico.
Caso
surja uma vontade repentina de fumar, tenha consciência de que ela não dura
mais que alguns minutos. “Para driblar esses momentos, escove os dentes, chupe
um gelo, beba água gelada, coma uma fruta ou chupe uma bala. Também sugiro
manter as mãos ocupadas rabiscando um papel, manuseando um elástico ou qualquer
outra coisa que possa tirar o foco da vontade de voltar ao vício. Não fique
parado, mude o foco e distraia sua atenção”, diz.
Como
auxiliar neste processo, os exercícios físicos podem contribuir muito.
Atividades voltadas ao relaxamento, meditação, yoga e outros que promovam o
autocontrole são grandes aliados.
Em caso da necessidade de medicação, a prescrição deve vir por um médico que acompanha todo o processo, dando suporte, avaliando o tipo de remédio adequado e respectivas quantidades. A automedicação não é recomendada em qualquer caso.
Dr. Ronaldo Macedo – foto: Matheus Campos
Texto: Hospital Vera Cruz
Publicação: Enzo Oliveira/ Radialista e redator RMPTV