Foto: Divulgação
Fomos alertados/questionados por diversos munícipes, desde
a semana passada, e verificamos que as árvores da Praça “Antônio de Pádua
Dutra”, situada na esquina da Rua XV de Novembro com a Avenida Armando Salles,
foram arrancadas.
Rapidamente, nós do Mandato Coletivo, juntamente com o
vereador Pedro Kawai, elaboramos um requerimento com alguns questionamentos, e
logo nos foi noticiado que o local servirá para estacionamento.
Acontece que, sob o argumento de propiciar mais vagas de
estacionamento, a Prefeitura de Piracicaba vai contra as principais diretrizes
de sustentabilidade, pois as árvores em áreas urbanas desempenham um relevante
papel no combate às ilhas de calor, entre outros.
Essa iniciativa do Executivo de dilacerar árvores,
descaracterizando a Praça “Antônio de Pádua Dutra” e expulsando a “Feira do Rolo”,
vai totalmente na contramão dos estudiosos de urbanismo e mobilidade urbana, que
apontam que a prioridade deve ser o(a) pedestre, o(a) ciclista, a criação de políticas
públicas de incentivo ao transporte público e o desestímulo ao uso de carros,
em especial nas áreas centrais, evitando assim trânsito lento, engarrafamentos,
emissão de CO2,
Além disso, a Feira do Rolo, que acontecia no local, terá
que se deslocar. Que projeto é esse? A quem servirá este estacionamento?
Trata-se de uma arquitetura de exclusão? Ou melhor, será que existe um projeto?
Foi discutido com a sociedade? Afinal, a cidade é de todos(as).
Enfim, deveríamos ter mais praças e melhorar as existentes,
e não destruí-las. Fica aqui nossa indignação e de vários munícipes, que nos
procuraram perplexos. Ao nosso ver, seria bem-vindo um projeto de
requalificação da praça, como forma de valorização desse espaço público de
descanso e integração social, ao invés de descaracterizá-la por completo, em
detrimento de estacionamentos.
O Estatuto da Cidade – Lei Federal 10.257/2001 e os Planos
Diretores, trazem em seus respectivos textos a necessidade da participação
popular nas tomadas de decisões, em especial sobre os espaços públicos da
cidade, que são bens de uso comum do povo. Deve-se ao povo uma gestão
democrática que garanta sua participação e uso dos espaços públicos para lazer,
contemplação, e outros usos.
Artigo assinado pelo Mandato Coletivo “A Cidade É Sua!” (Partido Verde) – Silvia Morales, Jhõao Scarpa e Pablo Carajol.