Foto: Jobson Silva
Cidades da região optaram pela urna eletrônica, enquanto Piracicaba escolheu o voto impresso.
A eleição do Conselho Tutelar, realizada neste domingo (1º), em Piracicaba, mobilizou 4.179 pessoas, que foram às urnas para votar no Ginásio Municipal de Esportes Waldemar Blatkauskas. A votação estava marcada para começar às 8h e se encerrar às 17h, quando os portões seriam fechados e ninguém mais poderia entrar para votar. Porém, no mesmo horário em que o portão era fechado, muita gente no interior do ginásio sequer tinha sido chamada para a votação e havia muita fila.
A apuração dos votos foi finalizada por volta das 22h20 do mesmo dia, pela Comissão de Escolha e participação de representantes do Ministério Público. O resultado preliminar e o nome dos futuros conselheiros tutelares foram divulgados, eles atuarão à partir de janeiro de 2024. A cidade teve apenas 19 candidatos, portanto, apenas quatro pessoas não entraram.
RESULTADO PRELIMINAR – Os candidatos eleitos neste primeiro momento, foram:
Rosana Pereira Bollis (470
votos);
Sandra Regina Momesso Gimenes
(427 votos);
Vânia Regina Corrêa Henrique
(349);
Zélia dos Reis (342);
Darlene de Lurdes Pessoa
(282);
Jefferson de Moraes Gonçalves
(277);
Angélica Marisa Avansi Aversa
(243);
Ana Beatriz Canto Kraide
(237);
Rosa Maria Casarim Zanatta
(220);
Kleiton Kaic Sampaio (207);
Cristiane de Oliveira Flávio
(190);
Dirceu de Barros Silveira
(165);
Rodolpho Hoff Junior (156);
Gentil Benedito Canuto Junior
(146);
Janaína do Carmo Torrigo de
Moraes (120).
Como suplentes: Cristina Sassiloto Lopes Ferraz (104); Lia Raquel Job dos Santos (95); Sirlei Aparecida Schiavon de Abreu (94) e Thiago Domingues Gabriel de Souza (55 votos).
Segundo a prefeitura, nos próximos dias, a Comissão de Escolha e o Ministério Público (MP) irão apurar denúncias e possíveis irregularidades identificadas durante o processo eleitoral.
Caso um dos eleitos seja alvo dessas denúncias, será aberto processo para apuração das condutas e se detectado o ato ilícito, a candidatura poderá ser impugnada.
PROBLEMAS ENFRENTADOS DURANTE A ELEIÇÃO
A votação teve início às 8h, com participação massiva da população piracicabana. Os eleitores, foram chamados por senha numérica ou letra do nome, conforme as seções ficavam disponíveis.
O pleito foi realizado por sistema de voto impresso, o que acarretou em um maior tempo de espera e revolta dos eleitores que ali estavam. Algumas pessoas, chegaram a esperar por cerca de 2 a 3 horas para votar. No local, haviam filas prioritárias em que o tempo de espera foi menor, mas ainda assim, a espera chegou entre 40 a 50 minutos.
O marceneiro, Maxsuel Alves Nogueira, foi até o ginásio para exercer o seu direito de voto e comentou sobre a organização.
“A organização foi muito mal feita. A gente olha para Americana, aqui do lado, três vezes menor que Piracicaba, e tem 16 pontos de votação. Aqui só tem um só, aqui tem 10 mesários em um lugar só. E em relação à urna, a gente vê que aqui em Piracicaba é a única cidade da região que são urnas manuais. Não tem urna eletrônica. Infelizmente é um desrespeito com todo mundo que está aqui.” Masxuel ainda comentou sobre a demora das chamadas para a votação. “A gente veio aqui ficar duas horas, três horas (esperando). A gente vê preferencial (fila), infelizmente 50 minutos um senhor de idade fica esperando para poder votar [...]”
Ainda segundo o eleitor, muitas pessoas foram embora, desistindo de votar.
O eleitor, André Luís Degaspari Júnior, auxiliar administrativo, também comentou sua experiência.
“Só eu demorei uma hora e meia (para ser chamado), teve um homem na fila que estava aqui desde às 14h, já são 17h. A urna, da maneira que ela está sendo usada, eu acredito que tem outra possibilidade, que seria a urna eletrônica, e que seria muito mais dinâmica e muito mais organizada a maneira de votar aqui no Ginásio de Piracicaba.” André também contou que, em um determinado momento, a letra referente ao seu nome havia parado de ser chamada, aumentando ainda mais o tempo de espera.
Cassiano Gaiani, presidente do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), organizador das eleições com o apoio da Prefeitura de Piracicaba, disse em entrevista à Metropolitana:
“Pela nossa avaliação inicial, a gente teve uma adesão grande dos eleitores, já ultrapassou bastante o número de eleitores da eleição passada. Nós tivemos uma estrutura maior do que na última eleição também, mas ainda assim, pela maior adesão, a gente está com um tempo de espera aproximado de 40 minutos à uma hora para a votação.” Cassiano disse ainda que, na medida do possível, estavam encaminhando com a melhor agilidade possível.
Por que o voto impresso?
Ao ser questionada sobre a escolha das urnas de lona ao invés da urna eletrônica, a prefeitura de Piracicaba respondeu em nota dizendo que a opção foi do CMDCA, organizador desse processo eleitoral, e que uma das razões foi a necessidade de ampliar o período das inscrições, seleção e classificação dos candidatos.
"Isso ocorreu devido ao fato de que, inicialmente, havia um número limitado de inscritos. Diante dessa situação, a prorrogação do período de inscrições foi permitida para que mais candidatos se habilitassem a concorrer às vagas disponíveis."
Ainda segundo a prefeitura, a
escolha das urnas de lona, proporcionou flexibilidade ao cronograma eleitoral.
Urna de Lona - foto: TSE
Mais um conselho na cidade
Atualmente, Piracicaba tem dois Conselhos Tutelares, com cinco conselheiros atuando em cada um deles. Para o ano que vem, o Projeto de Lei 75/223 prevê a criação de um 3º Conselho, que também será contemplado pelos candidatos eleitos no último domingo.
Para que serve o Conselho Tutelar?
O Conselho Tutelar é um órgão permanente e autônomo encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. É função do conselheiro tutelar garantir o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e atuar em conjunto com pais e responsáveis.
Texto e publicação: Enzo Oliveira/ RMPTV