Foto: Divulgação/ Vanderlei Zampaulo

Na madrugada desta quinta-feira, 5 de outubro, ocorrei o brutal e covarde assassinato dos médicos Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida, em atentado ocorrido na cidade do Rio de janeiro, que deixou gravemente ferido o também médico Sonnewend Proença, todos ortopedistas que se encontravam na capital carioca para participarem de um congresso.

O fato demonstra algumas coisas muito preocupantes. Em primeiro lugar, a extrema insegurança presente nas grandes cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro, onde quadrilhas de bandidos e milicianos agem abertamente, à luz do dia. Isto evidencia a falência de um modelo de segurança pública truculento, que investe muito em militarismo e repressão discricionária em favelas e comunidades pobres e muito pouco no trabalho de inteligência para desbaratar os comandos do crime organizado, muitas vezes situados bem longe dali.

Em segundo lugar, pelas características da chacina – nada foi levado – são fortes as suspeitas de que se tratou de uma execução encomendada e premeditada, pois uma das vítimas, Diego Ralf Bomfim, era irmão da Deputada Federal Sâmia Bomfim, atuante no Congresso Nacional e fora dele contra os golpistas da extrema-direita, em defesa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e demais pautas progressistas e de esquerda. Sâmia já havia denunciado há três meses telefonemas e e-mails ameaçadores contra ela e familiares. A Deputada é casada com o também Deputado Federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que tem no combate às milícias e grupos de extrema-direita um dos pontos fortes de seu mandato.

Por essas características, é muito importante a iniciativa anunciada pelo Ministro da Justiça, Flávio Dino, que determinou à Polícia Federal que acompanhe as investigações que estão sendo realizadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Manifestei em minhas redes sociais e reitero, uma vez mais, minha solidariedade à Deputada Sâmia Bomfim e aos familiares das demais vítimas. Esse triste episódio demonstra que nossa democracia continua em risco e que é preciso combater e derrotar a política de ódio implementada neste país pela extrema direita bolsonarista.

A extrema-direita foi derrotada eleitoralmente no dia 30 de outubro de 2022 e alijada do governo federal, de onde comandava a destruição das políticas públicas, dos direitos trabalhistas e sociais, das reservas indígenas, do patrimônio público, da Educação, Saúde e muitos outros fundamentos para a construção de uma nação desenvolvida, justa, igualitária e soberana.

A grande frente que se formou em torno da candidatura do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva despertou nos brasileiros a esperança e a confiança de que seremos capazes de reconstruir o nosso País. E os resultados começam a aparecer. Isso incomoda aqueles que enxergam o Estado não como um instrumento de proteção aos mais fracos, de promotor de igualdade e justiça, mas como salvaguarda de privilégios, poder e propriedades dos ricos e poderosos.

Os assassinatos do Rio de Janeiro precisam ser rigorosa e profundamente apurados, seus executores e mandantes presos, processados e condenados. O assassinato de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes estão vivos em nossa memória e assim ficarão até que tudo seja esclarecido e todos os envolvidos paguem pelos seus crimes.

A democracia brasileira não ficará refém da barbárie extremista. Não nos intimidarão. A melhor maneira de nos protegermos é continuar lutando, tomando os cuidados necessários à preservação das vidas de todos e de cada um, mas seguindo sempre em frente.

Faremos isso em nome das vítimas do tráfico, das milícias, da “guerra ao tráfico” que distribui balas perdidas contra crianças indefesas nas favelas cariocas, ás vítimas dos abusos das polícias contra a juventude negra, às vítimas do extremismo político que já assassinou o mestre Moa do Katendê, na Bahia, do nosso companheiro petista Marcelo Arruda, em Foz de Iguaçu, no Paraná e tantos outros.

Não passarão!


Artigo assinado por: Professora Bebel, deputada estadual pelo PT e segunda presidenta da APEOESP

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