Foto: Reprodução
Enfermeira
prestou depoimento nesta segunda-feira (09) à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
que investiga a morte de Jamilly
Profissionais
de saúde da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Frei Sigristi, na Vila
Cristina, que prestaram atendimento à menina Jamilly Vitória Duarte, de 5 anos,
no dia 12 de agosto, vítima de picada de escorpião, não foram treinados para
esse tipo de atendimento.
A informação é da enfermeira Natascha Kim Camaroske Zeni, que atua
na UPA desde julho deste ano, quando a OSS (Organização Social de Saúde)
Mahatma Gandi passou a gerir o pronto atendimento, que é referência para o
atendimento à vítima de picada de animais peçonhentos e, por esse motivo, tinha
soro antiescorpiônico disponível, mas o antídoto não foi aplicado.
A enfermeira
prestou depoimento nesta segunda-feira (09) à CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) que investiga a morte de Jamilly. Além dela, a Comissão ouviu também
a diretora da GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica), Ana Maria Feijó. Outra
enfermeira seria ouvida, mas não compareceu. Um novo convite será enviado e,
caso não compareça, poderá ser notificada judicialmente.
A CPI é composta pelos vereadores Acácio Godoy (PP), presidente,
Gustavo Pompeo (Avante), relator, Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira,
Pedro Kawai (PSDB) e Paulo Camolesi (PDT), e contam com as assessorias da
Procuradoria Legislativa e do Departamento Legislativo da Casa.
Jamilly foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Médico
Móvel de Urgência), recebeu os primeiros atendimentos na UPA Vila Cristina e
foi transferida para a Santa Casa, onde veio a óbito. A diretora da Vigilância
esclareceu que a UPA Vila Cristina funciona como um Pesa (Ponto Estratégico de
Soros e Antivenenos), que deve seguir os protocolos previstos no plano regional
para atendimento de vítimas de picadas de escorpião. Ao todo, são 11 pontos na
região, conforme definido no plano, elaborado em 2019.
Ela explicou que o GVE encaminha os lotes de soro para a central
de abastecimento do município e a vigilância municipal faz a distribuição para
os pontos estratégicos da cidade, que, no caso de Piracicaba, são a UPA Vila
Cristina e a Santa Casa. O estoque é controlado via sistema, assim como as
condições do medicamento, como temperatura e validade. De acordo com a
diretora, as reposições ocorrem de forma imediata após a comunicação à
Vigilância. Segundo a testemunha, o plano regional também prevê atualização dos
profissionais para que todos os pontos estejam preparados para prestar esse
tipo de atendimento.
Já a enfermeira Natascha Kim Camaroske Zeni disse que estava no
local, mas que prestava serviço no acolhimento de pacientes adultos no momento
do atendimento de Jamilly. Ela disse que foi chamada somente para efetuar um
punsionamento para acesso venoso na paciente, mas não chegou a tentar porque já
havia outros profissionais tentando o procedimento naquele momento e que, em
seguida, a equipe médica já decidiu pela transferência dela para o hospital. A
profissional disse que as equipes que atuam na UPA seguem um padrão geral de
atendimento, mas não passaram por um treinamento específico para atuação na
unidade.
Ainda serão convocados representantes do serviço de Vigilância
Epidemiológica do município e outra enfermeira citada em depoimento. Na
quarta-feira (11), a partir das 8 horas, serão ouvidos outros quatro
profissionais da UPA. Para o dia 17, às 9 horas, está previsto o depoimento da
médica responsável pelo atendimento, também da UPA.
Texto:
Jornal de Piracicaba