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O
Itamaraty, órgão do Ministério das Relações Exteriores, classificou como ilação
fala do diretor da Rádio Educativa FM, Antonio Carlos Bonassi, sobre o Governo
Federal apoiar o Hamas no contexto da guerra deflagrada por Israel em
território palestino. “(...) mencionar esse tipo de ilação é extremamente
perigoso e abre um precedente perigoso, não é o papel da imprensa ter em suas
prerrogativas a mentira ou falas inverídicas.” Leia, abaixo, a nota completa do
Itamaraty – responsável por assessorar a Presidência da República na formulação
da política exterior do Brasil e na execução das relações diplomáticas com
Estados e organismos internacionais.
“As tratativas para a retirada não só de brasileiros,
mas, de pessoas de outras nacionalidades estão diretamente ligadas as autoridades
locais, então é preciso perseguir objetivo de dois Estados, Israel e Palestina,
como etapa indispensável para sepultar décadas de sofrimento.
O Hamas invadiu o território israelense e
perpetra um atentado terrorista que deixa como saldo mais de 1.400 pessoas
assassinadas — entre elas três compatriotas — e um número estimado de mais de
200 reféns, segundo cifras de autoridades israelenses.
Então afirmar, ou sequer mencionar esse tipo de
ilação é extremamente perigoso e abre um precedente perigoso, não é o papel da
imprensa ter em suas prerrogativas a mentira ou falas inverídicas.
Uma tragédia que atingiu tanto reféns e suas
famílias quanto civis moradores de Gaza, estes sob três semanas de intenso
bombardeio, que só fez se agravar ao longo dos últimos dias. E que deixou, até
o momento, um saldo adicional de outras 8.500 vítimas fatais na Palestina, das
quais mais de 3 mil são crianças, segundo autoridades palestinas.
O histórico da questão israelo-palestino exige
realismo e determinação, no limite da teimosia: afinal, vetos dos membros
permanentes acompanham os 75 anos de história do conflito no Conselho. Além de
construir a maioria regimental de nove dos 15 votos do Conselho, era preciso
construir um texto equilibrado a ponto de driblar o histórico predomínio dos
vetos dos membros permanentes na questão. Desde 2016, não se aprova no Conselho
nenhuma resolução sobre a questão palestina, e, dos 250 vetos da história do
Conselho, 86, ou mais de 1/3, referem-se ao Oriente Médio.
Era obrigação da presidência brasileira tentar
um acordo até o último minuto de seu mandato, e foi o que o Brasil fez, por
instruções diárias do presidente Lula. Para isso, contou com total apoio dos
outros nove membros não permanentes, eleitos para mandatos de dois anos, grupo
chamado E10, e de alguns dos cinco membros com direito a veto, o P5 no jargão
da ONU.
Em 18 de outubro, o texto proposto pela
presidência brasileira, um dos quatro votados no Conselho, foi o que mais
próximo esteve da façanha diplomática de ser aprovado e de fazer prevalecer os
interesses das pessoas afetadas, deixando as rivalidades geopolíticas em
segundo plano. O texto contou com 12 votos a favor, entre eles da China e da
França, membros do P5. Houve também duas abstenções do mesmo grupo, Rússia e
Reino Unido, e o veto dos Estados Unidos. O único veto foi suficiente para
devolver a discussão de texto à estaca zero, quando a deterioração da situação
em Gaza já ganhava contornos difíceis de reverter.
O dado encorajador desse esforço é que, apesar
da retórica inflamada e dos vetos cruzados, os membros do Conselho colaboraram
continuamente com a presidência brasileira na tentativa de construir consensos.
Por fim indicamos a leitura de o Globo, onde Mauro
Vieira que é ministro das Relações Exteriores fez um artigo com todas as informações
acima, para facilitar, o tema do artigo é “O Brasil no Conselho de Segurança e
a guerra”.”
O
fato foi trazido a público pela vereadora Rai de Almeida (PT) durante a sessão
camarária desta segunda, dia 6. O comentário de Bonassi foi transmitido ao vivo
em programa da rádio pública a 105,9.
A vereadora Rai de Almeida (PT), contestou a
afirmação de que “apoio do governo brasileiro ao Hamas explicaria demora para
retirada de brasileiros da região”.
Rai rebateu as declarações do diretor da Rádio
Educativa FM, Antonio Carlos Bonassi que, em programa na rádio pública
Educativa FM 105,9, ele sugeriu que a demora para a retirada de brasileiros que
ainda continuam na Faixa de Gaza estaria relacionada com um eventual apoio do
governo brasileiro ao Hamas.
“O Egito proibiu a saída de estrangeiros e os
brasileiros que estavam aguardando, não foi autorizado. Talvez isso tenha a ver
e a gente paga o preço por isso”, afirmou.
Ao usar a tribuna da Câmara como líder
partidária, na noite de segunda-feira (6) e durante a 63ª Reunião Ordinária,
Rai de Almeida afirmou que a “Educativa FM é educativa e, como educativa, não
pode trazer mentiras e inverdades”. Ele destacou que o veículo de comunicação
deve “tem que dar as informações tais como elas são”.
“Primeiramente, não é o Egito quem determina
quem e quando saem as pessoas, mas um acordo entre Israel, Egito e Qatar,
mediado pelos Estados Unidos”, explicou. “O Egito fechou a fronteira depois de
ataques de Israel a ambulâncias (na Faixa de Gaza)”, acrescentou, ao destacar
uma matéria publicada na imprensa brasileira em que demonstra a insistência –
“por todos os lados”, acrescenta – do governo brasileiro para monitorar a
situação de 34 pessoas que pediram auxílio para sair de lá.
“O diretor da Rádio Educativa mente com essa
informação. Não é por problema porque o Governo Lula defende o Hamas, isso não
é verdade. A Educativa não pode prestar esse serviço para a população”,
concluiu a parlamentar
O que
pensa o assessor para assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim.
O assessor
do presidente Lula para assuntos internacionais classificou como
"absurda" a demora para a autorização de saída dos mais de 30
brasileiros que aguardam para deixar a Faixa de Gaza.
O
diplomata disse, em entrevista ao jornal O Globo, que "não houve uma
explicação" para a não inclusão de brasileiros na lista de pessoas
liberadas para deixar a região. Amorim afirmou que o governo brasileiro
reforçou os contatos com autoridades de vários países em busca de uma solução.
"Não
houve uma explicação para a não inclusão de brasileiros. Simplesmente foram
dando prioridade a outros países", destacou Celso Amorim.
Vamos esperar que haja uma decisão rápida [sobre os brasileiros].
Estamos há mais de 15 dias pedindo a liberação. Não há razão para qualquer
suspeita. Se houvesse algum problema com algum dos nacionais, poderiam ter
falado logo. É uma situação absurda, em que há 15 crianças em um grupo de 32
pessoas.
Outro lado.
Procuramos a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Educação, pasta responsável pela Rádio Educativa, para falar sobre o comentário do diretor da emissora pública, mas, não recebemos resposta até o fechamento da matéria.
O vídeo abaixo mostra a vereadora de Piracicaba (SP), Rai Almeida, utilizando a Tribuna e argumentando a fala do diretor da emissora.
O conteúdo desta matéria e o vídeo foram extraídos do site da Câmara Municipal de Piracicaba e está disponível no link https://m.camarapiracicaba.sp.gov.br/vereadora-rebate-diretor-da-educativa-sobre-operacao-na-faixa-de-gaza-62953
Publicado por Danilo Telles, Jornalista da Rádio Metropolitana TV