Fotos: Divulgação
Em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo,
na tarde desta última quinta-feira, 16 de novembro, a segunda presidenta da
Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de Ensino no Estado de São
Paulo), a deputada estadual Professora Bebel (PT) reafirmou sua posição
contrária à privatização da Sabesp, empresa pública do Estado de São Paulo,
responsável pelo abastecimento de água em mais de 370 municípios paulistas,
entre eles Charqueada e São Pedro, na região. A
audiência pública, realizada no plenário Juscelino kubitschek, que foi tomado
por lideranças de diversas regiões do Estado, fez parte do processo de
tramitação do Projeto de Lei 1501/2023, do governador Tarcísio de Freitas, e contou com a
presença da secretária de Meio Ambiente,
Infraestrutura e Logística do Estado, Natália Resende, além de representantes do Sindicato dos
Trabalhadores em Água e Esgoto (Sintaema) e de representantes de centrais
sindicais, sindicatos, entidades e movimentos sociais – entre os quais
professoras e professores convocados pela APEOESP - compareceram à ALESP para
protestarem contra essa tentativa de entrega do patrimônio paulista, da mais
importante empresa estatal paulista ao empresariado nacional e internacional,
para que transformem a água e o saneamento público em mercadorias, em
detrimento dos direitos da população do estado de São Paulo.
Para Bebel, nesta audiência, o discurso privatista dos representantes do governador Tarcísio de Freitas foi algo ultrajante, para quem tem um mínimo de consciência da importância e o papel dos serviços públicos para a população mais pobre, sobretudo, no caso, o fornecimento de água e saneamento básico. Bebel também critica a secretária estadual do Meio Ambiente, Infraestrutura e Transporte, ao defender a privatização da Sabesp. “O discurso da Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Transporte torna-se acintoso quando afirma que a privatização significará redução de tarifas, novos investimentos, atendimentos das necessidades da população. A experiência com as privatizações demonstra o contrário. No estado do Rio de Janeiro, com a privatização, a tarifa básica passou a ser 102% superior à da Sabesp. Estão aí os péssimos serviços prestados pela ENEL, pelo transporte metroviário prestado pelas linhas privatizadas da CPTM e pelas linhas privatizadas do Metrô. Serviço ruim e caro”, enfatizou a deputada piracicabana.
A deputada Professora Bebel destaca ainda que a Sabesp é um patrimônio
de São Paulo, uma empresa lucrativa e que garante o abastecimento de água de
qualidade para cerca de 30 milhões paulistanos e paulistanas diariamente e em
mais de 300 municípios atingiu 100% do atendimento de água e tratamento de esgoto.
“Para agradar seus parceiros do mercado financeiro, Tarcísio de Freitas vai na
contramão de uma tendência mundial. Cidades como Atlanta e Indianápolis (EUA),
Berlim (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Budapeste (Hungria), Joanesburgo
(África do Sul), La Paz (Bolívia), e Paris (França), que após amargar com tarifas
abusivas e péssimo serviço, estão reestatizando o saneamento”, diz.
Bebel ressalta também que a Sabesp é a maior empresa de saneamento das
Américas e a terceira maior empresa no mundo, atendendo cerca de 30 milhões de
pessoas, em pelo menos 375 municípios do estado de São Paulo. “A empresa atua com uma das menores tarifas do
país e pratica o sistema de subsídio cruzado em que a receita nas maiores
cidades possibilita investimentos nos pequenos e médios municípios e nas
comunidades isoladas ou de baixa renda. Ou seja, ela tem uma atuação
fundamental para as populações mais vulneráveis”, ressalta.
A Sabesp apresenta atualmente índices
significativos de cobertura nos municípios operados, alcançando: 98% com
abastecimento de água; 90,7% de coleta de esgoto; e 85% de tratamento,
indicadores que a colocam como uma das melhores do Brasil, assim como universalizou
o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto em 309 municípios,
prevendo-se a universalização nos demais até 2030. “A Sabesp, enquanto empresa
pública, vem cumprindo um papel social fundamental para o estado. Exemplo disso
foi sua atuação na crise hídrica de 2014-2015, no período da Covid-19 e na
tragédia do Litoral Norte. Momentos em que a Sabesp mostrou sua força e atuou
com a máxima prioridade na garantia do abastecimento à população, inclusive com
políticas de bônus para redução de consumo, benefícios sociais e abastecimento
emergencial, independentemente dos ônus financeiros”, conta.
Além disso, como explica a deputada Professora Bebel, a Sabesp é uma
empresa lucrativa. “Em 2022, a Sabesp apresentou uma receita líquida de R$ R$
3.121,3 bilhões, 35,4% superior ao ano de 2021. Quando olhamos para a receita
operacional, a Sabesp acumulou R$ 22.055,80 bilhões, uma alta de 13,2% em
relação ao ano de 2021. Esses indicadores mostram os motivos que
determinam nossa luta em defesa de uma Sabesp pública. No Brasil, já
comprovamos que a privatização do saneamento não é garantia de melhoria de qualidade
dos serviços e de acessibilidade para a população, como demonstram os casos de
Itu (SP), Manaus (AM), Ouro Preto (MG), o estado de Tocantins e as cidades
fluminenses do Rio Claro, Rio das Ostras e Vassouras, recentemente privatizadas”,
enfatiza a parlamentar.
Texto: Vanderlei Zampaulo