Na apresentação, o presidente do Instituto Sindical deixou claro a preocupação com a preservação da história, a geração de emprego e desenvolvimento da cidade - Foto: Assessoria/ Instituto Sindical

Na apresentação do projeto Boulevard “Boyes”, que consiste na construção de quatro torres residenciais e um boulevard na área onde funcionou a Fábrica Boyes, nas proximidades do Rio Piracicaba, o presidente do Instituto Sindical, Wagner da Silveira, o Juca dos Metalúrgicos, deixou claro que o movimento sindical de Piracicaba defende a preservação da história, assim como a geração de emprego e o desenvolvimento da cidade. A apresentação foi realizada nesta manhã de sexta-feira, 17 de novembro, no Sindicato dos Bancários de Piracicaba, pelo arquiteto Marco Damasceno, que estava acompanhado dos proprietários da área da antiga Fábrica Boyes, Jorge Aversa, Luiz Carlos Furtuoso e Adenir Graciane, que arremataram o bem, através de um consórcio com outros empresários, em leilão realizado há cerca de 15 anos, e garantiram o pagamento das verbas trabalhistas de pelo menos 1.100 ex-trabalhadores da Fábrica Boyes, homologadas pelo TRT da 15ª Região, em Campinas, assim como a preservação dos prédios históricos.  

O projeto, conforme foi explicado, estabelece que para a realização da obra, seis dos treze prédios existentes no local serão demolidos, mas que foram construídos na década de 70, não tendo um valor histórico, uma vez que foram cobertos com telha de fibrocimento. Foi explicado que a proposta é de recuperar toda a área e revitalizar os prédios tombados, que serão integrados ao conjunto que abrigará além das quatro torres residenciais, um museu, estacionamento, e um pequeno comércio no local, que será integrado com todo complexo do Engenho Central. “Todos os edifícios que são parte integrante desse complexo foram analisados e desses treze edifícios, seis serão removidos para que todo os restantes, que têm valor histórico, possam ter percepção”, explicou o arquiteto.

Segundo ele, ainda, o projeto Boulevard Boyes consiste na preservação e revitalização do patrimônio industrial e cultural por meio de novos usos que poderão ser usufruídos pela população piracicabana, com atividades de turismo, comércio, serviços e de lazer, além de oportunidades de moradia em diferentes padrões, uma vez que serão construídas 450 apartamentos nos quatro edifícios, que terão 27 pavimentos e pouco mais de 90 metros de altura, números dentro das normas legais. O custo estimado deste empreendimento, que será realizado por investidores, através de fundos imobiliários, é de mais de R$ 500 milhões, de acordo com Jorge Aversa.

O arquiteto Marco Damasceno deixou claro que os prédios que serão demolidos não tem valor histórico - Foto: Assessoria/ Instituto Sindical.

A partir desta apresentação, de acordo com o presidente do Instituto Sindical, os sindicatos que integram a entidade voltarão a se reunir, posteriormente, para ter uma posição oficial, mas disse que o projeto trará uma visão diferente da cidade. “Sem dúvida, é um projeto que tem potencial para trazer benefícios para Piracicaba, preservando a história da Boyes, gerando oportunidades de emprego, que já começa com a execução das obras, e desenvolvimento para a nossa cidade”, ressaltou.

Já o vice-presidente do Instituto Sindical, José Antonio Fernandes Paiva, que coordenou o encontro, após a apresentação, indagou, demonstrando que a preocupação do movimento sindical é com a história, com o meio ambiente e com os trabalhadores: “Esse empreendimento é prejudicial ou benéfico ao trabalhador, em que medida? Nós, respeitamos todas as manifestações das diferentes instituições da cidade, mas é importante questionar, quanto custa o empreendimento para o município? Qual será o retorno em termos de impostos, só com ITBI e IPTU?”. A resposta dos empreendedores é de que todo investimento é privado, preservará a história da antiga Fábrica Boyes, assim como o meio ambiente, e gerará emprego e desenvolvimento, além de impostos.

Publicado por Danilo Telles, Jornalista da Rádio Metropolitana TV