Foto: Ministério da Saúde
Em campanha nas redes sociais, pasta reforça importância de manter os estoques de sangue abastecidos, especialmente no período de férias e festas de fim de ano. Cada doação pode ajudar a salvar até 4 vidas.
Para valorizar a doação
voluntária de sangue, facilitar a captação de doares e conscientizar a
população sobre a importância de manter os estoques de sangue em níveis
seguros, o Ministério da Saúde anuncia, neste Dia Nacional do Doador de Sangue
(25), o miniapp Hemovida. A plataforma está integrada ao ConecteSUS e
possibilita, entre outras funcionalidades, que o cidadão localize facilmente a
rede saúde mais próxima e baixe a carteira do doador, onde consta o tipo
sanguíneo e a data da última doação. A ferramenta estará disponível para
download nas principais lojas de aplicativos nesta segunda-feira (27).
Os instrumentos digitais
reforçam o papel do cidadão como protagonista da sua saúde, defende a
secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad. “O aplicativo
Hemovida estimula a doação de sangue voluntária, um ato de amor que salva
vidas”, reforça.
A plataforma é gratuita e tem
potencial de ser uma ponte entre os hemocentros da rede pública de saúde e os
possíveis doadores. O aplicativo desempenha um importante papel na disseminação
de informações sobre a doação de sangue e campanhas em andamento. Entre as
funcionalidades, estão:
• Carteira do Doador
Carteirinha virtual com
informações de saúde, tipo sanguíneo e a data da última doação. Fornece um
registro pessoal e útil em situações de emergência;
• Minhas Doações
Histórico completo de doações,
incluindo as realizadas, canceladas e agendadas. Há opção de fazer
autodeclaração de doação de sangue para manter um registro do compromisso com a
causa;
• Serviços Hemoterápicos
Localização da rede de saúde
mais próxima, possibilitando identificar onde doar e receber informações sobre
os serviços disponíveis em cada unidade;
• Convidar Amigos
Promoção da doação de sangue
entre amigos e familiares, permitindo compartilhar experiências nas redes
sociais e incentivar outras pessoas a se tornarem doadoras;
• Regras para Doar Sangue
Informações detalhadas sobre
como e quem pode doar, bem como os cuidados necessários no dia da doação.
Garante que os doadores estejam bem-informados e preparados;
• Campanhas
Alertas sobre campanhas
regionais e nacionais de doação de sangue, permitindo que as pessoas se
envolvam em iniciativas de manutenção dos estoques de sangue nos níveis
adequados;
• Avaliar Doação
Perspectiva sobre a
experiência de doação, avaliação do estabelecimento, dos profissionais e
satisfação geral. Contribui para a melhoria contínua do processo de doação.
Interessados em se cadastrar
no ConecteSUS Cidadão devem efetuar o download do aplicativo nas lojas Android
ou iOS, ou por meio do site do ConecteSus. O login no app é feito pelo acesso
único do Governo Federal (gov.br).
A doação é 100% voluntária, um
ato de amor solidário que pode fazer a diferença na vida de quem precisa. O
sangue doado é utilizado nos atendimentos de urgências, realização de cirurgias
de grande porte e tratamento de pessoas com doença falciforme e talassemias,
por exemplo, além de doenças oncológicas variadas que frequentemente necessitam
de transfusão.
Aproximadamente 1,4% da
população brasileira doa sangue, o que representa 14 pessoas a cada mil
habitantes. Embora o percentual esteja dentro dos parâmetros recomendados pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde trabalha constantemente
para aumentar esse índice, conscientizando a população da importância desse
gesto na saúde coletiva.
As taxas de doação de sangue
no Brasil cresceram em 2023. Entre janeiro e setembro de 2022 foram coletadas
2.340.048 bolsas de sangue (com 450 a 500mL cada). Este ano, no mesmo período,
a coleta ficou em 2.452.425, o que representa aumento de 112.377 bolsas. Cada
doação pode ajudar a salvar até 4 vidas.
Além da utilização nos
procedimentos hospitalares, o sangue doado também pode ser transferido pelos
bancos de sangue para a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia
(Hemobrás) produzir hemoderivados, que são fornecidos gratuitamente pelo SUS à
população que necessita.
O Ministério da Saúde
acompanha diariamente o quantitativo de bolsas de sangue em estoque nos
hemocentros estaduais, como estratégia para evitar um possível
desabastecimento. “Caso necessário, o Plano Nacional de Contingência do Sangue
pode ser acionado, possibilitando o remanejamento de bolsas de sangue de outras
unidades da federação para aquelas com alguma dificuldade”, explica a
coordenadora geral de Sangue e Hemoderivados, Joyce Aragão.
Quem pode doar?
No Brasil, pessoas de 16 a 69
anos podem doar sangue. Para os menores (entre 16 e 18 anos), é necessário o
consentimento dos responsáveis. Entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se
já o tiver feito antes dos 60 anos. É preciso pesar no mínimo 50 quilos e estar
em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido
bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No
dia da doação, é imprescindível levar documento de identidade com foto.
A frequência máxima admitida é
de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O
intervalo mínimo entre doações deve ser de dois meses para os homens e de três
meses para as mulheres.
• Procure o hemocentro mais próximo de você!
PEC do Plasma
O acesso à saúde de qualidade,
a universalização de serviços e o atendimento gratuito para a população é
prioridade do governo federal. De acordo com o secretário de Ciência,
Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, Carlos Gadelha, a eventual permissão legal
para comercialização de plasma no Brasil seria um retrocesso. A possibilidade
está em discussão em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Congresso
Nacional.
Segundo Gadelha, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) rejeita a ideia em debate no Legislativo brasileiro.
“Foi uma conquista do Brasil ter proibido a comercialização de sangue na nossa
Constituição. Antigamente, tínhamos uma situação onde os brasileiros precisavam
vender o próprio sangue para poder ter um prato de comida”, relembra.
Ainda de acordo com Gadelha, a
mudança na lei seria desnecessária no momento em que o Brasil vem reduzindo a
dependência de outros países por hemoderivados por meio da Hemobrás, a Empresa
Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia. Atualmente, 30% dos hemoderivados
ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são resultado do fracionamento do
plasma doado no país e a previsão é que, a partir de 2025, com a conclusão da
sua planta, a Hemobrás passe a produzir e processar 80%.
“Hoje, a Hemobrás é muito
aberta à parceria com o setor privado. Portanto, pode-se estabelecer parcerias
público-privadas, mas sem que o sangue vire mercadoria e possa ser, inclusive,
exportado em detrimento da saúde da nossa própria população”, diz o secretário,
reforçando que a cultura de doação de sangue, já consolidada no país, poderia
ser prejudicada com uma orientação comercial em desfavor do ato altruísta.
“Se a gente desestimular a
doação de sangue porque o sangue virou um comércio, pode faltar sangue até para
transfusão, além de faltar o plasma para a Hemobrás processar, em assistência
aos hemofílicos. Poderia faltar sangue na ponta, como quando você entra na
emergência do hospital”, acrescenta.
Texto: Ministério da Saúde
Publicação: Enzo Oliveira/
RMPTV