Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
O parlamentar diz ter colocado
sigilos à disposição e que pedido da PF causa 'estranheza'
O deputado federal André
Janones (Avante-MG) afirmou que causou "estranheza" o pedido da
Polícia Federal para ter acessos aos seus sigilos bancário e fiscal. A PF
investiga suspeitas da prática de "rachadinha" no gabinete do parlamentar
e solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo dos
dados.
Em nota publicada nas redes sociais,
Janones afirma que já havia colocado os dados à disposição da PF. "E até
hoje não fui sequer ouvido", escreveu.
O inquérito foi aberto em
dezembro, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro Luiz
Fux, relator do caso, analisará a solicitação.
No pedido encaminhado ao STF,
a PF diz que "diligências concluídas até o momento sugerem a existe de um
esquema de desvio de recurso públicos" no gabinete do parlamentar. O
acesso seria necessário para "rastrear o fluxo financeiro e analisar o
patrimônio dos suspeitos".
Chamou atenção da PF o fato de
um dos assessores negar ter devolvido parte de seu salário, mas admitiu sacar
mensalmente cerca de R$ 4 mil – justamente o valor apurado. A PF afirma também
que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que Janones
recebia depósitos fracionados em sua conta bancária. Foram nove em três dias,
totalizando R$ 15 mil.
Janones vem negando as acusações e diz que ao fim das investigações será absolvido. "Mais estranho ainda é apontarem como 'suspeito' um depósito feito quando nenhum dos assessores investigados trabalhava mais em meu gabinete. Como eles devolviam salário três anos após serem exonerados?", afirmou o deputado.
Texto: Valor
Publicação: Enzo Oliveira