Foto: Câmara Municipal de Piracicaba

“Estamos diariamente sofrendo microagressões”, diz a advogada Elisângela Pauli.

Elisângela Pauli, em discurso na tribuna popular de segunda (11), falou dos desafios ainda enfrentados pelas mulheres e lamentou feminicídios ocorridos na cidade. Ela é atual Presidente do Conselho da Mulher de Piracicaba.

Os desafios e as violências cotidianas pelas quais muitas mulheres ainda hoje são submetidas foram tematizados em discurso na tribuna popular de segunda-feira (11), na 11ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Piracicaba, por Elisangela Pauli, Presidente do Conselho da Mulher de Piracicaba.

“Me preocupa que a gente olhe para a violência só quando ela, de fato, vem na forma física, porque a violência se perpetua em vários âmbitos, desde a violência psicológica, emocional, patrimonial, sexual e física. Nós estamos diariamente sofrendo microagressões”, falou.

Segundo Elisangela, a violência contra a mulher se materializa, por exemplo, na dificuldade em se obter vagas em creches para seus filhos, na demora na realização de exames médicos e no medo das mulheres circularem livremente pelas ruas, sem serem vítimas de importunações e assédios.

“Me sinto exausta e acredito que esse seja o sentimento de muitas outras mulheres. [Estamos] exaustas de andar nas ruas com o coração acelerado, olhando por cima do ombro. Exaustas por planejarmos nossas rotas com base na iluminação das ruas e na presença de outras pessoas. Exaustas por questionarmos se nossa roupa nos torna um alvo. Estamos exaustas de sermos vistas como alvos em potencial de violência, seja assédio verbal, seja a dificuldade de uma mãe que não consegue levar o seu filho para ser atendido em um pediatra, seja pelas dificuldades que temos em garantir uma vaga de creche para nossos filhos, porque isso traz uma cadeia de outras violências”, falou a oradora.

Texto: Câmara Municipal de Piracicaba

Publicação: Enzo Oliveira/ MTV

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