Na cidade de Ribeirópolis, o Master Chefe decidiu embarcar em uma jornada ao mítico País das Águas, mas "esqueceu" ironicamente de passar o bastão da gestão ao seu sucessor natural. Com malas prontas e passaporte em mãos, ele saiu com a pompa de um verdadeiro estadista, mas, na pressa de garantir um assento na classe executiva, negligenciou o pequeno detalhe da sucessão.

Enquanto ele atracava com golfinhos e se encantava com danças exóticas, a cidade mergulhou em paralisia. O sucessor natural, coitado, ficou plantado no gabinete como uma planta sem sol, aguardando um sinal que nunca veio, transformando-se em um peso de papel humano.




Os cidadãos, sempre criativos, tomaram as rédeas da situação. No mercado, negociações de feijão e arroz se tornaram espetáculos dignos de Wall Street. As donas de casa transformaram reuniões de condomínio em sessões plenárias, debatendo fervorosamente sobre a reforma da fachada e o uso da churrasqueira.

Os boatos corriam soltos. Seria ciúmes? Insegurança? Medo de que o sucessor natural fizesse um trabalho melhor? Ou talvez uma vingança velada? As teorias eram muitas e cada qual mais saborosa que a outra.
Após selfies invejáveis, o Master Chefe retornou, pimpão e sorridente, retomando o poder como se nada tivesse acontecido. O bastão de gestão, nunca oficialmente passado, voltou às suas mãos com a naturalidade de quem sempre soube que o poder não é para ser dividido.

E assim, Ribeirópolis voltou à sua rotina, com uma lição aprendida: no jogo do poder, memórias curtas são armas letais. E o sucessor natural? Continua esperando, pois em Ribeirópolis, esperar é uma arte, e ele, sem dúvida, é um mestre.


Lírico Monteiro

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