Foto: Redes Sociais/ Facebook
Duas mulheres em um carro desgovernado atingiram a bicicleta conduzida por Matheus Piovesan, 36 anos, na madrugada deste sábado (6). Ele morreu quando recebia os primeiros-socorros e as envolvidas foram presas, conforme a imprensa britânica.
O
gaúcho Matheus Peixoto Piovesan, 36 anos, morreu após ser vítima de
atropelamento em Londres na madrugada deste sábado (6), enquanto retornava do
trabalho de bicicleta para casa. O acidente teria sido causado por um carro
tripulado por duas mulheres, que não prestaram socorro e fugiram, conforme
descreve a imprensa britânica.
O
atropelamento aconteceu próximo ao cruzamento da Cable Street com a Cannon
Street Road, em Shadwell, na zona leste londrina. Antes de seguir o caminho de
casa, Piovesan acompanhou um colega de trabalho até a estação de metrô. Os dois
trabalhavam em uma cervejaria. Apesar de trajado com capacete e outros
equipamentos de proteção, Piovesan morreu no local, enquanto ainda era atendido
por paramédicos.
De
acordo o site MyLondon, até um helicóptero foi mobilizado na tentativa de
salvamento, mas a morte aconteceu antes que o aparelho chegasse ao local.
Conforme
nota distribuída à imprensa pela polícia, as duas mulheres que tripulavam o
automóvel envolvido no acidente foram presas sob suspeita de causar morte por
direção perigosa e não parar no local da colisão. Ambas estão sob custódia
policial. Conforme a polícia informou a pessoas próximas de Piovesan, a
liberação do corpo pode demorar 14 dias ou mais dependendo da investigação que
está em andamento. A família ainda está decidindo se será realizado o
translado. Uma irmã de Matheus, que chegou de Paris, acompanha o caso. Outros
familiares ainda avaliam se irão se deslocar até Londres. Amor por Londres e
pela música
Natural de Porto Alegre, mas com grande parte da vida passada em Pelotas, Piovesan estava radicado em Londres há cerca de cinco anos. Jornalista, ele atuou no Grupo RBS como repórter do site GZH e em Zero Hora. Na capital britânica, ele trabalhava em bares e cafeterias e, de forma paralela, estava envolvido com projetos musicais. A ideia era se profissionalizar na cena pop londrina, descreve a amiga Letícia Costa, também jornalista, de quem Piovesan foi padrinho de casamento e com quem falava cotidianamente. A reportagem falou com diversos amigos de Piovesan, que estão muito chocados. É consenso entre eles o elogio à personalidade esfuziante do jornalista gaúcho, seu bom humor, sua vivacidade e inteligência.
Agatha Brin, chefe de cozinha brasileira, amiga de Piovesan e também moradora de Londres, enfatiza que ele estava alegre com esse mergulho na produção musical. Tinha acabado de fundar o Effervescent Sounds, plataforma dedicada a novos talentos da área da música. Também estava com um programa na rádio Brixton e ia cobrir o show da Glória Groove. Sempre estava muito de bem com a vida e agitando a cena musical aqui. Estava muito feliz — define Agatha.
Mariana Steffen, que era roomate de Piovesan, o descreve como uma pessoa cheia de vida:
— Estava sempre de alto astral, fervilhando de ideias, ouvindo música e encontrando os amigos. Ele era meu companheiro de dia a dia. Sempre tomávamos um mate junto. Ele cuidava muito bem dos amigos, era super esforçado. Um cara fantástico. Ele estava sempre sorrindo, nos incentivando a viver a cidade também. Ele estava fazendo um curso com a ideia de expandir o Effervescent Sounds — relata.
Um grupo de brasileiros radicados em Londres deve realizar uma homenagem ao Matheus neste domingo, no Victoria Park, às 17h (horário). A ideia é celebrar a vida do amigo, como sublinha Mariana:
— Todo mundo colorido, feliz. Escutando muita Britney Spears, como ele gostava.
Piovesan
deixa o pai, a mãe e duas irmãs.
Texto:
Danilo Telles/ MTV
Publicação:
Enzo Oliveira/ MTV