Fotos: Divulgação
Professores e alunos da Escola
Estadual Prof. José Martins de Toledo utilizam a tecnologia para discutir
mudanças climáticas e resolução de problemas
Um projeto desenvolvido em
escola pública no pequeno distrito de Artemis, em Piracicaba, chegará à sede da
UNESCO, em Paris, em setembro. O uso da tecnologia no combate às mudanças
climáticas, foco do projeto patrocinado pelo Instituto EP e desenvolvido na
Escola Estadual Professor José Martins de Toledo, será apresentado durante o
Fórum de Cooperação Digital Intergovernamental e Multissetorial da ONU, que
reunirá líderes da educação digital para dialogar e compartilhar ideias
inovadoras.
Professor Sérgio Daniel Ferreira, coordenador do projeto
O Projeto Conexões STEAM
realizado pelo Instituto CLQ em parceria com a PETE, empresa de tecnologias
educacionais, envolve a capacitação de professores dos anos finais do Ensino
Fundamental e o uso do kit Hexa Smart Clima, que inclui uma estação meteorológica
de baixo custo impressa em 3D e uma plataforma online de coleta de dados.
Equipadas com sensores de pluviômetro, CO2, luz, radiação ultravioleta,
temperatura, umidade do ar, pressão atmosférica e velocidade do vento, as
estações meteorológicas permitem a coleta e a visualização de dados climáticos
em tempo real por professores e alunos em seus smartphones e computadores.
Algumas estações foram
instaladas nas casas de estudantes e, em grupos orientados por seus
professores, eles propuseram planos baseados em dados coletados, focando nos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente ODS 4 (Educação
de Qualidade) e 13 (Ação Climática). O professor Sérgio Daniel Ferreira,
coordenador do projeto, que fará a apresentação na UNESCO, explica que um dos
trabalhos propostos pelos estudantes envolveu o monitoramento de gases de
efeito estufa e a precipitação no bairro, juntamente com iniciativas de
reflorestamento e coleta seletiva de resíduos.
Alunos observam a estação meteorológica de baixo custo
A professora Iria Storer,
coordenadora da escola, ressalta que a parceria proporcionou novas experiências
e conhecimentos para todos. "Percorremos estradas rurais para instalar as
estações meteorológicas nas casas dos estudantes, coletamos informações
climáticas e fizemos um voo de balão para compreender a dinâmica ambiental do
bairro onde os alunos moram e onde está a escola", relata Storer.
Além de propiciar novas
experiências com Internet das Coisas (IoT) e pensar em soluções locais, o
projeto trouxe novas perspectivas de trabalho com os estudantes. Para a
professora de ciências e biologia, Dianne Muniz, “participar do projeto
Conexões STEAM foi uma experiência transformadora, que me proporcionou a
oportunidade de explorar e aprofundar conhecimentos em diferentes áreas. Pude
enxergar o processo de aprendizagem por uma nova perspectiva, estimulando o
desenvolvimento da criatividade, do pensamento crítico e de habilidades
socioemocionais”.
Já Juliana Gebrin, do
Instituto EP, afirma que a abordagem STEAM surpreende a cada etapa. “O projeto
revela talentos inexplorados tanto dos professores quanto dos alunos. O
resultado encoraja e motiva os professores a incorporarem os conhecimentos com
autonomia de forma permanente em sala de aula”.
Mais oito escolas
Neste segundo semestre, o
Instituto CLQ, em parceria com a PETE e com o patrocínio do Instituto EP,
levará a tecnologia para mais oito escolas estaduais de Piracicaba, reforçando
o trabalho focado na educação sobre mudanças climáticas e resolução de problemas,
numa perspectiva de pensar globalmente e agir localmente. As escolas receberão
uma estação meteorológica de baixo custo impressa em 3D e acesso a uma
plataforma online de coleta de dados.
“Iniciativas inovadoras podem
transformar o aprendizado e preparar os alunos para os desafios do futuro. A
parceria entre institutos e organizações, como o Instituto EP, é fundamental
para o sucesso de projetos como o Conexões STEAM, que promove a integração da
tecnologia na educação e o desenvolvimento de soluções para problemas reais. A
apresentação na UNESCO reforça a relevância dessas colaborações e o potencial
de impacto positivo na educação pública”, afirma o coordenador do projeto.
Texto: Carol Silveira
Publicação: Enzo Oliveira/ MTV