Foto: Polícia Militar

Nesta terça-feira, 15 de outubro, o coronel Cássio Araújo de Freitas, comandante da Polícia Militar do estado, colocou as tropas da corporação em estado de alerta em resposta a novos ataques direcionados a policiais na Baixada Santista. As autoridades suspeitam que os ataques possam estar relacionados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Na segunda-feira, 14 de outubro, dois homens em uma motocicleta se aproximaram de uma base da PM na Vila Zilda, no Guarujá, e horas depois, policiais das Rondas com Motocicletas (Rocam) foram alvos de tiros na mesma região. Esses incidentes aconteceram pouco após a apreensão de um "salve geral" por agentes penitenciários da Penitenciária de Parelheiros, que ordenava um ataque a policiais.

Em uma mensagem enviada a seus colegas em um grupo de WhatsApp, o coronel Araújo ressaltou a necessidade de cautela: “Imediatamente tomou dimensão suspeitas de se tratar de mobilização orquestrada por OrCrim [organização criminosa] e com potencial para se expandir para outras áreas, notadamente a região metropolitana da capital.” Ele pediu que os comandantes de Organizações Policiais Militares (OPMs) realizassem reuniões para estabelecer ações preventivas em suas áreas.

Atualmente, os policiais militares estão em “sobreaviso nível 2”, permitindo que tirem folgas, mas permanecendo prontos para retornar ao trabalho a qualquer momento. Comandantes de batalhões de elite da Polícia Militar consideram essa medida como uma precaução necessária. Valmor Racorti, comandante do Policiamento de Choque, afirmou que “é mais prevenção do que algo concreto”, porém confirmou que as tropas já atuam na área conforme a rotina estabelecida.

Até o momento, nenhuma manifestação oficial do governo de Tarcísio de Freitas sobre o "salve geral" foi registrada. O Metrópoles solicitou posicionamento entre sexta-feira (11/10) e terça-feira (15/10) sobre a ordem da facção criminosa, que inclui a coleta de informações sobre agentes do sistema carcerário. Documentos similares ao "salve" apreendido foram reportados como interceptados em outras unidades prisionais, e todo esse movimento é monitorado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.

Ataque a Veículo da SAP e Documento da Facção

Um atentado a um veículo operado por agentes previdenciários ocorreu dois dias após a divulgação dos "salves". A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) negou que o veículo tivesse sido alvo de um ataque, alegando que houve uma pane elétrica, levando ao incêndio durante fortes chuvas na capital. Contudo, a SAP não comentou sobre a ordem da facção.

O incidente com a viatura aconteceu na Avenida Doutor Gastão Vidigal, nas proximidades do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros. Documentos obtidos pela reportagem indicam que a viatura realmente foi incendiada. O motorista, que estava transportando 18 presos de volta ao CDP, resguardava o veículo após ter falhado mecanicamente quando ataques ocorreram.

As informações contidas em um documento assinado pela Sintonia Final do PCC, datado de 17 de setembro, estipulam um prazo de 30 dias para que os criminosos levantem os nomes e endereços de agentes penitenciários. Além disso, o PCC exige informações sobre a presença de bloqueadores de sinal de celular nas unidades prisionais.

Com o prazo para o levantamento de dados sobre os agentes penais terminando nesta quinta-feira, 17 de outubro, a situação continua em monitoramento diante de um cenário de crescente tensão entre as forças de segurança e as organizações criminosas.

Texto: Da redação

Publicação: Enzo Oliveira | MTV

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