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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou seu apoio ao atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), na disputa do segundo turno das eleições. A aliança foi formalizada no domingo (6 de outubro), durante uma ligação do presidente ao candidato, e essa informação foi confirmada nesta segunda-feira (7) pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

“O atual prefeito Fuad, que já apoiou o presidente Lula, foi para o 2º turno e, inclusive, conversou com o presidente ontem (domingo). O presidente reforçou seu apoio a Fuad nesse segundo turno. Ele já havia afirmado anteriormente que, se Fuad chegasse ao 2º turno, seria o candidato que apoiaria”, declarou Padilha em entrevista.

A intenção é formar uma nova "frente ampla democrática" na capital mineira, semelhante àquela que ocorreu no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Essa aliança incluirá candidatos de esquerda e centro-esquerda contra o deputado estadual Bruno Engler (PL), que é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

O PT de Belo Horizonte, que inclui o deputado federal Rogério Correia (PT) — que ficou em 6º lugar na disputa pela prefeitura no primeiro turno — deve oficializar seu apoio a Fuad. Existe também a expectativa de atrair a deputada Duda Salabert (PDT), que terminou em 5º lugar e já manifestou o desejo de “derrotar a ultradireita em BH”.

O apoio de Lula e do PT já havia sido dado como certo e foi costurado desde o primeiro turno pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, presidente do PSD em Minas. “Sempre disse que o presidente Lula, pela sua sensibilidade política e humana, se ele votasse em Minas Gerais, votaria no Fuad”, comentou o ministro no domingo.

Entretanto, há temores em uma ala do PSD e na campanha de Fuad sobre a participação de Lula no processo eleitoral. O medo é que a presença destacada do presidente na campanha possa, de alguma forma, prejudicar o atual prefeito, visto que Lula perdeu para Bolsonaro na capital mineira em 2022, com 45,7% contra 54,3%. Esse grupo defende que a participação de Lula deve ser mínima, a fim de evitar polarização, enquanto deseja que Fuad se posicione como um candidato mais centrado, atacando a imagem de radicalismo de extrema direita de Bruno Engler.

ENGLER BUSCA APOIO DE BOLSONARO

Na campanha do PL, a estratégia para o segundo turno é feita exatamente ao contrário. Engler planeja explorar ao máximo a aliança de Fuad com o PT e partidos de esquerda para colar dele a imagem de "esquerdista". Enquanto isso, Fuad não deverá acentuar a imagem de Lula, já que Engler busca ampliar a visibilidade de Bolsonaro e de outros expoentes da direita, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Engler já afirmou ter pedido “todo apoio possível” a Bolsonaro para essa nova etapa.

Bruno Engler também tem interesse em conseguir o apoio do governador Romeu Zema (Novo), que apoiou Mauro Tramonte (Republicanos), que terminou em 3º lugar. Ele declarou que “considera cabível” receber apoio de Zema, mesmo tendo apoiado outro candidato no primeiro turno.

PERFIS DOS CANDIDATOS

Bruno Engler, de 27 anos, é filiado ao PL desde 2022 e estudante de gestão pública na Anhanguera, com previsão de concluir o curso ainda este ano. Ele foi eleito deputado estadual pelo PSL em 2018, obteve 144.770 votos, mas em 2020 perdeu a eleição para prefeito de Belo Horizonte, ficando com 9,95% dos votos. Em 2022, foi reeleito deputado estadual.

Fuad Noman, por sua vez, tem 77 anos, é economista, escritor e foi secretário da Fazenda durante o primeiro mandato do governo de Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais. Ele também já foi responsável pela Secretaria de Transporte e Obras Públicas no segundo mandato do tucano e dirigiu a Gasmig de 2011 a 2012. Filiou-se ao PSD em 2020 e, na sua primeira disputa eleitoral, foi eleito vice-prefeito de Belo Horizonte na chapa com Kalil em 2020. É autor dos livros “O Amargo e o Doce” e “Cobiça”, sendo este último criticado pelo teor sexual durante a campanha.

Texto: Adaptado | Geraldo Campos Jr | Poder 360

Publicação: Enzo Oliveira | MTV

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