Foto: Bruno Rocha
Tarcísio de Freitas já
sinalizou a aliados qual é sua próxima missão após o fim do segundo turno. O
governador de São Paulo vai entrar em campo para tentar pacificar a relação
entre Jair Bolsonaro e o secretário de governo de sua gestão e presidente do PSD,
Gilberto Kassab.
Bolsonaro voltou à carga com
críticas a Kassab, não só a portas fechadas, mas também publicamente. Em
entrevistas recentes, o ex-presidente disse que o PSD “é uma partido de
negócios” e questionou o fato da sigla ter ministérios no governo Lula e
secretaria no governo do estado paulista. Kassab costuma responder às críticas
falando que “diálogo não é fisiologismo”.
Aliados do ex-presidente
avaliam que Bolsonaro sente “certo ciúme” do espaço que Kassab ocupa na gestão
Tarcísio e defendem que o governador ofereça secretarias, como a da Educação e
da Justiça, para afilhados políticos do capitão. Para eles, esse seria um
caminho para apaziguar os ânimos.
Há alguns meses, o próprio
Tarcísio se queixou a pessoas próximas sobre a falta de gestos de Kassab para
melhorar o clima com o ex-presidente. Uma das principais críticas do governador
foi a ofensiva intensa de Kassab, no primeiro semestre, para atrair prefeitos
de outras legendas ao PSD. A leitura que Tarcísio chegou a fazer a aliados é
que o excesso de ambição poderia afetar a possibilidade de construir alianças
para 2026.
Se o governador decidir
concorrer à Presidência na próxima eleição, terá que trabalhar para ter não só
o aval de Bolsonaro, mas unir no mesmo palanque o ex-presidente e Kassab, um
dos principais desafetos políticos do capitão.
Lula
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) quer aproveitar a resistência de Jair Bolsonaro ao PSD, de
Gilberto Kassab, para atrair a sigla para a sua candidatura à reeleição.
O petista já abordou o assunto
com Kassab, em conversa recente, e tem salientado a ministros filiados à sigla
que uma aliança com o partido é prioritária para 2026.
O PSD deve fechar as eleições
municipais como a sigla que mais elegeu prefeitos. O partido, inclusive, contou
com o apoio do presidente em colégios eleitorais importantes, como Rio de
Janeiro e Belo Horizonte.
Lula já sinalizou disposição
de o PT abrir mão de candidaturas próprias em nome de uma aliança com a sigla
nessas regiões.
Kassab, no entanto, tem
evitado se comprometer antes da hora. A decisão, dizem aliados do dirigente
partidário, será tomada apenas em 2026.
Texto: Da redação
Publicação: Enzo Oliveira | MTV