Um impasse envolvendo segurança dos moradores da Casa do Estudante Universitário (CEU) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ-USP) em Piracicaba (SP), resultou em protestos na primeira semana de dezembro. Os estudantes reclamaram, através de mensagens enviadas à TV Metropolitana, da instalação de grades na sala de estudos da moradia, que segundo eles, foi feita sem o consentimento dos residentes. O caso gerou descontentamento e um abaixo-assinado contrário à medida.

Segundo os moradores, a medida foi tomada pela Prefeitura do Campus sem diálogo suficiente com a comunidade da CEU. Eles alegam que, após um assalto ocorrido na moradia, a diretoria da CEU começou a discutir alternativas para reforçar a segurança.

Uma das opções era instalar cercas elétricas no quintal, mas a proposta foi rejeitada por questões estéticas levantadas pelo prefeito Luciano. Restou, então, a opção de grades, consideradas pelos estudantes como "grotescas" e comparadas a estruturas carcerárias.




“Mesmo sem o consentimento dos moradores, o prefeito e as assistentes sociais apareceram instalando as grades. Durante o protesto, fomos coagidos e insultados. Nos disseram que, ‘se não estamos satisfeitos, devemos simplesmente ir embora’, ignorando toda a questão socioeconômica que abrange os moradores da Casa do Estudante”

Os moradores da Casa do Estudante Universitário (CEU) da ESALQ-USP também divulgaram uma nota de repúdio manifestando indignação com a forma como a Prefeitura do Campus conduziu a instalação das grades.




Nota da Prefeitura do Campus

A TV Metropolitana procurou a Prefeitura do Campus para esclarecer a situação. Em nota oficial, a Prefeitura defendeu a necessidade da instalação de grades, justificando a medida como uma resposta às vulnerabilidades detectadas.

“No ano de 2023 tivemos um furto de um laptop da sala de estudos onde levaram as placas internas e foi perda total. Não foi possível detectar o/s responsável/eis.

Recentemente tivemos um furto de uma bicicleta na CEU cujo ladrão na sua entrada no bicicletário, pode verificar a existência da sala de computadores. Tal episódio demonstrou que embora exista câmera nos locais nem sempre a ação da Guarda Universitária é rápida suficiente para impedir tais ações. O Serviço de Segurança apontou a necessidade de colocação de grade na sala de estudos, sem o qual o local continuaria muito vulnerável.”




A prefeitura ainda diz que havia tentado fechar as janelas da sala de estudo com cadeado e chave, “porém verificou-se que qualquer material como um martelo abre facilmente os vidros.”

A Prefeitura também destacou outros problemas de segurança enfrentados pelos moradores, como furtos na lavanderia e a alteração não autorizada de câmeras por estudantes no ano passado, o que prejudicou a visão dos equipamentos de monitoramento.

“A Prefeitura considera super importante discutir na Assembleia ações de melhoria na segurança de todos os locais da CEU e não ao contrário”, finaliza a nota.

Em relação às críticas à postura das assistentes sociais, a Prefeitura argumentou que a orientação sobre buscar moradia fora do campus era apenas uma alternativa para aqueles que desejassem outro tipo de acomodação, utilizando os auxílios oferecidos pela universidade.

“Ela (assistente social) faz referência que os alunos têm outra opção de ter o recurso da universidade de forma integral, e assim poder pagar com o auxílio da universidade um outro local para morar.”

A reportagem segue acompanhando o caso e está aberta a novas manifestações das partes envolvidas.

Texto: Da redação

Publicação: Enzo Oliveira | MTV

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