
De acordo com dados dos
painéis de monitoramento do Ministério da Saúde, as mortes causadas pela dengue
em 2024 superaram as provocadas por complicações da covid-19. Foram registradas
6.041 mortes relacionadas à dengue, enquanto 5.960 pessoas faleceram por
complicações do coronavírus. Este aumento nas mortes por dengue atingiu um
recorde, com um crescimento de 400% em relação a 2023, enquanto as mortes por
covid-19 apresentaram uma redução de cerca de 60%.
O governo federal e a
Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que a elevação da temperatura global
está contribuindo para o aumento dos casos de dengue em todo o mundo. Segundo a
Organização das Nações Unidas (ONU), 2024 foi o ano mais quente já registrado,
com uma média de 1,6°C acima dos níveis pré-industriais.
Em dezembro, dados do
Ministério da Saúde indicaram que 86% dos brasileiros tinham recebido pelo
menos duas doses da vacina contra a covid-19, o que foi considerado um fator
importante para a redução de mortes e casos graves. No entanto, a vacina contra
a dengue, Qdenga, que começou a ser aplicada no ano passado, não conseguiu
conter o aumento significativo de casos da doença.
Das 4,7 milhões de vacinas
adquiridas pelo governo, cerca de metade foi aplicada pela Sistema Único de
Saúde (SUS). Uma pesquisa do Instituto FSB realizada em fevereiro de 2024
revelou que 89% da população brasileira demonstrou interesse em se vacinar contra
a dengue. Atualmente, o imunizante desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda
está sendo disponibilizado pelo SUS em cidades com alta incidência da doença,
mas apenas para pessoas entre 10 e 14 anos. Para a faixa etária de 4 a 60 anos,
as vacinas contra a dengue podem ser adquiridas no setor privado.
Na quinta-feira (9), o governo
federal anunciou a compra de 9,5 milhões de doses da vacina Qdenga, quantia
superior às 6,5 milhões adquiridas no ano anterior. Até o momento, 5,5 milhões
destes imunizantes já foram enviados para seus respectivos destinos.
No ano de 2024, o Brasil registrou aproximadamente 6,4 milhões de casos prováveis de dengue, um aumento considerável em comparação aos 1,3 milhão de casos em 2023, que resultaram em 1.173 mortes. Relativamente à covid-19, foram contabilizados 14.785 casos neste ano, em contraste com os 23.656 casos em 2023. Apesar da queda no número de infecções, a mortalidade se manteve próxima ao índice da dengue, evidenciando que a doença que originou a pandemia em 2020 continua a ser uma ameaça, especialmente para aqueles que não receberam ao menos duas doses da vacina.
Publicado por Danilo Telles | Jornalista da MTV