Foto: Enzo Oliveira | TV Metropolitana

Subcomandante José Augusto Coutinho assume a corporação; gestão de Cássio Araújo teve alta de 98% nas mortes por intervenção policial

O Governo de São Paulo anunciou, nesta quinta-feira (17), a troca no Comando-Geral da Polícia Militar. Após dois anos e quatro meses na liderança da corporação, o Coronel Cássio Araújo de Freitas entra para a reserva da PM. A mudança foi publicada no Diário Oficial do Estado e o posto será assumido pelo subcomandante Coronel José Augusto Coutinho.

Com 33 anos de atuação, Coutinho assume o Comando-geral da Polícia Militar. Antes da nova nomeação, ele comandou o 1º Batalhão de Polícia de Choque Tobias de Aguiar (Rota), o 4º Batalhão de Operações Especiais e o Policiamento de Choque. Também foi chefe do Estado Maior do Comando de Policiamento de Choque.



Coronel José Augusto Coutinho assume comando da PM. Foto: Divulgação


Com a nomeação de Coutinho, o cargo de subcomandante será assumido pelo coronel Erick Gomes Bento, atual Chefe do Gabinete do Comando Geral da PM.

LETALIDADE POLICIAL DOBROU SOB CORONEL CÁSSIO

Número de mortes cometidas por policiais militares registrou um aumento de 98% nos dois primeiros anos do comando do Coronel Cássio e da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Entre janeiro e novembro de 2022, último ano da gestão anterior da Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram registradas 355 mortes por intervenção policial. No mesmo intervalo de 2024, segundo ano sob comando do capitão da reserva Guilherme Derrite, esse número quase dobrou, chegando a 702 mortes.

Os dados, compilados pelo Ministério Público de São Paulo (Gaesp-MPSP) e do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial, incluem as mortes cometidas por policiais militares em serviço e de folga. Em 2023, primeiro ano do governo Tarcísio, o total foi de 406 mortes no mesmo período, o que representa um aumento de 73% em relação ao ano anterior.

Considerando apenas os óbitos provocados por PMs em serviço, o aumento é ainda maior. De janeiro a novembro de 2022, foram 233 casos, contra 600 no mesmo período de 2024 — um aumento de 157%.

Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) enviou uma nota.

“Nos dois primeiros anos da atual gestão (2023 e 2024) houve redução de 32,2% nas mortes em decorrência de intervenção policial, se comparado aos dois primeiros anos da gestão anterior (2019 e 2020). Por determinação da Secretaria de Segurança Pública, todos os casos desta natureza são rigorosamente investigados pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento das corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário. Os cursos ao efetivo são constantemente atualizados e comissões direcionadas à análise dos procedimentos revisam e aprimoram os treinamentos, bem como as estruturas investigativas, visando à redução da letalidade policial.

Em paralelo, a pasta mantém suas corregedorias bem estruturadas e atuantes para registrar e apurar qualquer desvio de conduta, aplicando as devidas punições aos agentes. Desde o início do ano passado, mais de 280 policiais foram demitidos e expulsos, enquanto um total de 414 agentes foram presos, mostrando o compromisso da SSP em não compactuar com os profissionais que violam as regras das suas respectivas instituições, cuja função primordial é a de proteger e zelar pela segurança da população.”

- Adaptado CNN Brasil

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