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Professores já garantiram 5% de reajuste e a convocação de 25 mil aprovados no concurso público, além da climatização das escolas.
A pressão feita pela Apeoesp, com a mobilização os professores da rede estadual de ensino, forçou o governo estadual a apresentar uma proposta aos profissionais do magistério paulista, que garante reajuste salarial de 5% e
atende parte das
reivindicações da categoria, que deflagrou greve parcial nesta sexta-feira, 25
de abril, em diversas escolas da cidade. A proposta por escrito foi apresentada
à Apeoesp no início da noite desta última quinta-feira, 24 de
abril, pelo secretário
estadual interino da Educação, Vinícius Neiva, e será apreciada pelos
professores em assembleia que acontece nesta tarde de sexta-feira, 25 de abril,
às 16 horas, na avenida Paulista, em frente ao Masp, em São
Paulo.
Para a segunda presidenta da
Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT), a contraproposta “é
resultado de todo o nosso processo de mobilização e de negociações com a
Secretaria Estadual da Educação. Isso demonstra a correção do calendário e da
dinâmica da Campanha Salarial e Educacional 2025 que deliberamos desde a I
Plenária Intercongressual “Professora Raquel Guisoni” realizada em dezembro de
2024”, diz.
Na proposta do governo está
proposto reajuste salarial de 5%, cujo projeto será encaminhado à Assembleia
Legislativa até o final de abril. No entanto, Bebel diz que este índice é
insuficiente. “Nossa reivindicação é um plano de recomposição do nosso poder de
compra, passando pelo cumprimento da meta 17 do PNE e do PEE, na perspectiva da
aplicação correta da lei do Piso Salarial Profissional Nacional. Nossa
reivindicação também inclui o pagamento do índice de 10,15% que o governo
mantém congelado no Supremo Tribunal Federal. Importante ressaltar que,
ainda que de forma ilegal, no dia 8 de maio o governo pagará 6,27% de abono
complementar, sendo a parte retroativa a janeiro paga em folha suplementar até
20 de maio”, destaca.
Na contraproposta do governo
também está a criação de uma mesa permanente de valorização da carreira
docente. “Sem dúvida, uma conquista importantíssima para debater a atratividade
da carreira do Magistério que envolve, evidentemente, também questões
salariais. Nesta mesa, estará em pauta a revisão das regras do estágio
probatório. Como o próprio documento aponta, a Apeoesp cobrou a retirada da
avaliação desses professores em estágio probatório por parte dos estudantes,
cabendo ao Conselho de Escola essa avaliação. Também cobramos que o governo
cumpra o artigo 78 do Estatuto dos Servidores Públicos do Estado, retirando do
cômputo de inassiduidade licenças e outros afastamentos considerados efetivo
exercício”,
ressalta.
Já com relação à reposição de
aulas, ficou estabelecido a autorização para reposição de aulas relativas aos
dias de paralisações e greves. “Sem dúvida, a mobilização da categoria arrancou
uma flexibilização por parte do governo,
que apontou no seu documento a
reposição dos dias letivos referentes às assembleias da categoria. Vamos cobrar
autorização para todas as reposições”, enfatiza Bebel.
CONCURSO PÚBLICO -- Com
relação às chamadas para o concurso em que a Apeoesp reivindica do governo a
chamada de 44 mil concursados, conforme ação judicial do Ministério Público, o
secretário interino da Educação,
Vinícius Neiva, informou que
completará a chamada de 15 mil concursados neste ano e chamará mais 10.000 em
2026. Também informou que ampliará as aulas de Filosofia e Sociologia, o que
impacta nas chamadas do concurso e na abertura de classes. Já com relação à
atribuição de aulas em que a Apeoesp reivindica atribuição presencial, por
ordem única de tempo de serviço, provas e títulos, com regras justas e
transparentes, com fiscalização do Sindicato, a Secretaria Estadual da Educação
(SEDUC) concordou com a composição de uma comissão paritária para discutir
novas regras a partir de um trabalho técnico do qual a assessoria da Apeoesp
participará, que será apresentado para esta comissão. A recondução dos
professores também está na pauta desta comissão. “A Apeoesp reivindica que a
recondução seja feita por vontade do professor, com regras objetivas, conforme
a classificação dos professores, sem vetos por parte da direção escolar”,
reforça a deputada Professora Bebel.
Já com relação à climatização
das escolas, também reivindicada pela Apeoesp, apesar de a Secretaria Estadual
da Educação garantir que está providenciando, a Apeoesp está cobrando um
calendário para que no prazo mais urgente possível todas as unidades sejam
climatizadas, tendo em vista a emergência climática, que se agrava a cada
momento.
Com relação à alimentação dos
professores nas escolas, a Secretaria Estadual da Educação se diz favorável,
mas alega problemas legais. “Diante disso, uma comissão técnica entre APEOESP e
SEDUC apresentará propostas”, explica Bebel.
Sobre a contratação direta de
professores na Educação Especial Frente a reivindicação da Apeoesp, a
Secretaria Estadual da Educação afirma que prioriza a contratação desses
profissionais por concurso público. “Entretanto, estamos vendo movimento em
sentido contrário, razão pela qual continuaremos lutando e pressionando pela
contratação direta, sem terceirização”, diz.
No documento à Apeoesp, a
SEDUC se compromete também a reabrir classes de acordo com a demanda. “Diante
disso, vamos trabalhar juntamente com as comunidades para localizar a
apresentar essa demanda nas escolas e nas
Diretorias de Ensino, assim
como estamos cobrando da SEDUC que realize uma ampla e bem divulgada busca
ativa pelos estudantes que abandonam os estudos. Também queremos a redução do
número de estudantes por classe,
para 20 no ensino fundamental
e 25 no ensino médio, o que se refletirá em melhor qualidade do ensino e na
questão ambiental, face ao calor excessivo”, completa Bebel.
Texto: Vanderlei Zampaulo
Divulgação: Mônica Araújo Nicoleti / TV Metropolitana