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19 CIDADES AINDA LANÇAM ESGOTO IN NATURA NO RIO PIRACICABA, ALERTA PRESIDENTE DA AGÊNCIA PCJ

Publicada em: 16/05/2025 17:14 - Piracicaba

Foto: Reprodução | Câmara Municipal de Piracicaba

O presidente da Agência das Bacias PCJ, Sérgio Razera, fez um alerta durante audiência pública realizada na terça-feira (13), na Câmara Municipal de Piracicaba. Segundo ele, 19 municípios ainda despejam esgoto sem tratamento no Rio Piracicaba, comprometendo gravemente a qualidade da água e dificultando os esforços para recuperação ambiental da bacia.

A informação foi divulgada durante debate que reuniu autoridades públicas, especialistas ambientais, representantes do Ministério Público, movimentos sociais e moradores. O encontro foi motivado pela mortandade de peixes registrada em julho de 2024, provocada por um despejo químico no rio, e teve como objetivo desenvolver estratégias para evitar novos desastres ambientais.

Razera também reconheceu que houve avanços nas últimas décadas, como a implantação de sistemas de tratamento de esgoto e o controle de algas. Assista ao vídeo abaixo ????



FALTA DE FISCALIZAÇÃO

O vereador Zezinho Pereira (União Brasil), responsável por convocar a audiência por meio do requerimento 310/2025, abriu o evento lembrando o histórico de degradação do Rio Piracicaba e cobrou mais rigor na atuação dos órgãos fiscalizadores. “Não adianta apenas produzir relatórios. Precisamos de ações integradas e urgentes. O rio está pedindo socorro há muito tempo”, afirmou.

Representantes da sociedade civil, como o defensor do rio, Luiz Fernando “Gordo do Barco”, apresentaram críticas e sugestões relacionadas à ausência de ações de repovoamento do Rio Piracicaba, à deficiência na fiscalização ambiental, à importância da mobilização popular e ao uso do turismo e do esporte como ferramentas de conscientização. “É muito discurso e pouca ação. O rio está pedindo socorro faz tempo e ninguém escuta”, afirmou.

ATUAÇÃO DO MP

O Ministério Público, por meio dos promotores Ivan Carneiro e Alessandra Facholi, ambos do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), informou que o inquérito sobre a mortandade de peixes está em fase final e pode resultar em ação civil pública. Eles também alertaram para a situação de extrema vulnerabilidade da segurança hídrica na região e sugeriu a revisão dos parâmetros de qualidade da água para ampliar a capacidade de resposta a eventos críticos.

CETESB, PREFEITURA E SEMAE

O secretário de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, Maurício Perissinotto, falou sobre o apoio a pescadores e o estímulo ao turismo ambiental como alternativas de geração de renda. Já o secretário executivo de Meio Ambiente, Edson Bucci, ressaltou a importância do diálogo entre as instituições e a necessidade de articulação para implementação de medidas conjuntas. Sobre os despejos de esgoto no rio, o presidente do Semae, Ronald Pereira da Silva, reconheceu que ainda há desafios e afirmou que a atuação conjunta entre os órgãos é essencial para enfrentá-los de forma efetiva.

O representante da Cetesb, Evandro Gaid Fischer, relatou a atuação da agência no monitoramento da bacia hidrográfica, com destaque para os pontos de coleta e os parâmetros analisados na avaliação da qualidade da água. Ele explicou que os dados obtidos servem como base para as ações de controle ambiental e defendeu a necessidade de integração entre os diferentes órgãos públicos envolvidos. Segundo ele, “é fundamental que os dados de monitoramento sejam utilizados de forma coordenada” e que “a articulação entre as instituições pode ampliar significativamente a efetividade das medidas adotadas”.

PRÓXIMOS PASSOS

A audiência terminou com o compromisso do vereador Zezinho Pereira de articular uma frente de trabalho envolvendo todos os setores presentes. A proposta é que as discussões avancem em soluções para os problemas do Rio Piracicaba.

Por: Da redação

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